Ajuda a vítimas no Brasil pode ser doada à Ucrânia se faltar transporte

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© nations for flood victims in the state of Rio Grande do Sul at the Brasilia Air Force Base, in Brasilia, Brazil May 8, 2024. (Photo by

"Neste momento estamos em contacto com companhias aéreas, que não confirmaram nada, por isso nada foi divulgado. Mas há a grande possibilidade de levar parte desses donativos para lá. Então, toda a nossa organização (...) está a entrar em contacto com o governo do Rio Grande do Sul" para saber o que pode ser enviado e como, ou seja, por via área e marítima, e "quem são as instituições que vão receber esses donativos", disse a porta-voz do grupo de iniciativa privada, em declarações à Lusa hoje.

"Isso não vai ficar parado em armazém", prometeu Andrezza Nascimento, que adiantou já terem recebido cerca de quatro toneladas de produtos, ao mesmo tempo que garantiu que o grupo está "em negociações" com companhias aéreas e empresários e em contacto com o governo do Estado do Rio Grande do Sul para ver como é possível fazer chegar aquela ajuda.

Caso não consiga fazer chegar a ajuda ao Brasil, a porta-voz admite canalizar a ajuda para outros países, como por exemplo a Ucrânia, após um dos elementos do grupo ter garantido nas redes sociais que o transporte para o Brasil seria assegurado por via aérea.

"Vamos fazer tudo o possível e imaginável para que tudo o que foi doado seja enviado para pessoas que necessitem, sejam elas pessoas no Brasil e no Rio Grande do Sul, sejam elas pessoas, por exemplo na guerra da Ucrânia", disse.

Segundo a porta-voz, aquele elemento do grupo divulgou nas redes sociais a informação de que estava garantido o transporte, o que ainda não aconteceu, estando a questão ainda "em negociação".

Segundo a porta-voz, o grupo continua a receber os donativos no Espaço Rios, no bairro de Campolide, em Lisboa, até sexta-feira.

A responsável acrescentou que o grupo teve de arranjar um armazém no Cacém, com apoio de empresários brasileiros, para acolher os produtos, uma vez que a resposta ao pedido de donativos foi superior à expetativa.

A mesma fonte queixa-se de falta de apoio da parte dos governos português e brasileiro na logística do transporte da ajuda, mas diz compreender esta reação, admitindo que o grupo "perdeu a credibilidade" por ter divulgado uma informação errada.

Na quarta-feira, os consulados-gerais do Brasil em Lisboa e no Porto esclareceram em comunicado enviado às redações que "não têm qualquer relação com iniciativas pessoais referentes à doação de bens e valores aos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul".

Além disso, recomendaram "aos interessados em realizar doações de qualquer espécie a informarem-se sobre as iniciativas e os meios oficiais disponibilizados pelo Governo Federal e pelo governo do Rio Grande do Sul".

Face a esta situação, o núcleo de Lisboa do Partido dos Trabalhadores (PT, no poder no Brasil) disse em comunicado divulgado hoje que realizou consultas com a Embaixada do Brasil em Portugal e com o Consulado em Lisboa, referindo que "tais iniciativas não são avalizadas nem pelo Governo brasileiro e nem pelo Governo português".

O núcleo do PT sublinha também que "não está agendado nesse momento, qualquer voo de Portugal com a ajuda para o Rio Grande do Sul e que o aeroporto de Porto Alegre está encerrado".

A nota do PT reitera que as contribuições solidárias devem ser realizadas pelos meios institucionais, para organizações como o Movimento dos Sem Terra (MST), tendo sido criada uma ligação para o efeito (https://apoia.se/sos_mst).

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