CRÓNICA| Caminhada para o pódio

1 semana atrás 30

Parecem consumadas as contas da descida direta. O Porto venceu tranquilamente em Chaves por 0-3, numa partida desbloqueada pelo génio de Francisco Conceição e por uma infantilidade de Júnior Pius. O dez portista abriu as contas com um livre onde mora a coruja e quatro minutos depois o central nigeriano ofereceu aos dragões vantagem numérica em campo. Evanilson aumentou a contagem nos descontos e Taremi fechou as contas de penálti. Os portistas foram mais fortes, sem precisar de colocar uma mudança acima para deixar o Chaves em maus lençóis.

O sonho da manutenção flaviense fica agora muito complicado, com cinco pontos de desvantagem para o Portimonense, em lugar de playoff, com dois jogos para se jogar. 

Francisco chegou de fato e Pius estendeu a passadeira

Martim, Zé Pedro, Otávio e João Mendes. Nem o maior fã deste quarteto defensivo (se algum existir) pensaria que seria esta a defesa portista à 32ª jornada. Com as ausências de três dos quatro habituais titulares, Sérgio Conceição lançou João Mendes - para a posição do castigado Wendel - e fez regressar Taremi ao onze, algo que havia apenas acontecido por uma vez em 2024. Já Moreno, sem Guzzo por acumulação de amarelos e Carraça por lesão, lançou Morim e Sylla e trocou também Hugo Souza por Rodrigo Moura na baliza.

Francisco Conceição assinou momento brilhante @Kapta+

O início de jogo foi tudo menos entusiasmante. Muitas paragens (José Bessa também culpado), muitos erros básicos e poucas balizas. Aliás, a única vez que a bola passou perto de uma das balizas nos primeiros dez minutos foi quando Diogo Costa, caricatamente, cedeu um canto com um passe desastroso, sem oposição. O Porto foi naturalmente crescendo na partida, mas sem nunca criar muito perigo aos flavienses.

A estratégia de Moreno estava a resultar na perfeição até ao minuto 24´. O Chaves deu a bola ao Porto e limitou-se a fechar caminhos para a baliza, não oferecendo nada mais à frente. Depois, tudo foi uma catástrofe. Uma entrada de Essugo em Pêpê à entrada da área, motivou muitos protestos flavienes e Júnior Pius saiu visado com um cartão amarelo (já alaranjado). Depois do enorme alarido dos azul-grenã, Francisco Conceição assinou uma beldade. De livre, o génio portista colocou a bola em arco no fundo das redes.

Três minutos depois, tornou-se pior a emenda que o soneto. Júnior Pius cometeu uma falta dura e recebeu ordem de expulsão, deixando os flavienses enfraquecidos e reduzidos a dez homens. A partir daí só deu Porto. João Mendes aumentou a contagem, mas um fora-de-jogo evitou a estreia a marcar do lateral. Já na compensação, combinação a fazer lembrar os bons velhos tempos. Taremi serviu Evanilson de bandeja e o avançado canarinho, aí sim, fez o 2-0.

Passeio, mas a pouca velocidade

Para o segundo tempo, Moreno fez recuar João Correia para lateral e lançou Sandro Cruz para compensar o corredor esquerdo, preterindo de Sylla. Como seria expectável, os dragões continuaram a jogar em meio campo ofensivo, mas sem a acutilância ofensiva suficiente para fazer mossa ao Chaves. Francisco Conceição foi bailando no seu quintal, pela direita e deixou Pepê perto do 0-3, mas o brasileiro cabeceou por cima.

A passividade imperava, de lado a lado, mas quando o Porto acelerou um pouco chegou logo ao terceiro. Pepê foi carregado por Essugo e Taremi encarregou-se de colocar a vitória com números mais expressivos. Tudo natural, mas o pouco entusiasmo foi transportado para as bancadas, levando os adeptos portistas - em número mais curto do que o habitual, diga-se - a não mostrarem muita emoção com os golos azuis e brancos.

Enquanto o jogo se baseava em cantos a favor dos dragões e tentativa de sobrevivência do Chaves ao ataque portistas, houve tempo para uma estreia. Gonçalo Sousa, ainda júnior de primeiro ano (17 anos), foi lançado por Sérgio Conceição para extremo-direito e mostrou alguns bons pormenores. Rápido, técnico e desinibído: foi essa a carta de apresentação do jovem formado no Olival.  

O Chaves fica assim mais longe do objetivo da manutenção, esperando duas derrotas do Portimonense e ficando com a obrigação de vencer o Sporting em Alvalade, na última jornada. Contas praticamente impossíveis. 

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