Estudo apoiado por Portugal mostra eficácia de repelente contra malária

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"Até agora os resultados são promissores, são positivos, pelos resultados alcançados. Houve uma redução da população de mosquitos naquelas residências que foram pulverizadas com o repelente, comparativamente com aquelas que não se beneficiaram", explicou hoje à Lusa Joaquim Domingos Lequechane, investigador principal do CIOB, do Instituto Nacional de Saúde de Moçambicano.

O estudo, que envolve ainda o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, de Lisboa, e o Parque Nacional de Gorongosa, contou com uma amostra de 1.410 pessoas, correspondente a 302 agregados familiares da comunidade de Tambara, em Nhamatanda, e foi usado este repelente de fabrico português para pulverizar as paredes de casas, medindo o seu nível de eficácia, nomeadamente como "alternativa inovadora aos inseticidas", aos quais os mosquitos mostram resistência.

Durante o processo foram pulverizadas paredes interiores e exteriores com o repelente, para "afugentar" o mosquito que transmite a malária e reduzir a sua população.

As províncias de Sofala e Tete são as que apresentam maiores taxas de doentes de malária em Moçambique.

O dia mundial da luta contra a malária assinala-se anualmente a 25 de abril.

Financiado em dois anos com 382 mil euros pela Fundação Belmiro de Azevedo, de Portugal, e implementado pelo CIOB, este projeto está a fazer uma investigação na província de Sofala, principalmente em Tambara, para avaliar a proteção conferida pelo uso daquele repelente contra a malária.

Trata-se de um repelente usado há mais de 30 anos e um dos mais comuns entre os aplicados no corpo, sendo menos tóxico, mas está a ser testado como repelente ambiental, nas habitações e locais de grande concentração de pessoas.

"É um dos mais eficazes que existe e não temos até aqui restrições para o seu uso, mesmo em pessoas com problemas de saúde ou alérgicos a inseticidas, grávidas, crianças, entre outros. Este repelente funciona com eficiência", afirmou o investigador, com base nos dados preliminares do estudo.

Segundo o diretor do Programa Nacional do Controlo da Malária, Baltazar Candrinho, o número de casos de doença aumentou, tendo sido registados 13 milhões casos em 2023, contra 12,4 milhões em 2022, um aumento em 17%, mas o número de mortes por malária tende a reduzir-se, tendo sido registados 357 óbitos em 2023, contra 423 de 2022.

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