Fundador da Nikola condenado a quatro anos de prisão por enganar investidores

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“A sentença deveria ser um aviso aos fundadores de startups e aos executivos de empresas em todo o mundo: «fake it until you make it» não é uma desculpa para a fraude”, alertou um dos procuradores.

O fundador da Nikola, empresa norte-americana de camiões elétricos e movidos a hidrogénio, foi condenado a quatro anos de prisão por enganar investidores. A decisão consta de um comunicado oficial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Os procuradores federais de um tribunal de Manhattan concluíram que Trevor Milton mentiu os investidores ao dizer que Nikola tinha construído uma pick-up do zero e criado as suas próprias baterias, embora soubesse que as tinha comprado, e não tinha a certeza de que o modelo e tecnologia do “Nikola One” funcionariam.

A sentença prevê ainda que o empreendedor de Wyoming entregue as propriedades que tem na região de Utah, pague uma multa de um milhão de dólares (cerca de 914 mil euros) e, mesmo depois de cumprir a pena de prisão, terá três anos de liberdade condicional. “Por mais difícil que seja para si ou sua família ouvir: acredito que o júri acertou”, comentou o juiz Edgar Ramos, em declarações divulgadas esta terça-feira pela Reuters.

“Quer seja um empreendedor, um fundador de uma startup, um executivo de uma empresa, quando andarem aí a falar sobre a empresa, devem ser honestos” – Procurador Matthew Podolsky

“Trevor Milton mentiu repetidamente aos investidores (nas redes sociais, na televisão, em podcasts, na imprensa…). Mas esta sentença deveria ser um aviso aos fundadores de startups e aos executivos de empresas em todo o mundo: fake it until you make it não é uma desculpa para a fraude, e se enganar os investidores, vão pagar um preço elevado”, disse Damian Williams, procurador dos Estados Unidos para o distrito sul de Nova Iorque.

Na semana passada, os procuradores terão dito ao juiz para condenar o empresário dos camiões amigos do ambiente a onze anos de prisão, um tempo de sentença semelhante ao da fundadora da Theranos, Elizabeth Holmes, recebeu no ano passado após ser considerada culpada de fraudar investidores através da startup de exames ao sangue.

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