IL admite reflexão sobre justiça mas considera que manifesto não acrescenta muito

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O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, mostrou-se hoje favorável a uma reflexão sobre a justiça, desde que não aconteça a propósito de casos concretos, e considerou que o manifesto divulgado não acrescenta muito.

"Eu creio que é um exercício de liberdade, mas não creio que daí venha nenhuma novidade, nenhuma mudança por via desse manifesto essencial na justiça. A justiça precisa de facto de ser pensada, é necessário fazê-lo, não creio que esse manifesto acrescente muito a essa intenção", defendeu.

Rui Rocha falava aos jornalistas durante uma visita ao Salão Imobiliário de Portugal, que decorre até domingo na FIL, em Lisboa, e foi questionado sobre o manifesto subscrito por 50 personalidades de diversos quadrantes em defesa de um "sobressalto cívico" que acabe com a "preocupante inércia" dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, num apelo ao Presidente, Governo e parlamento.

"Não creio que seja o contributo deste manifesto que vai trazer alguma alteração especial em matéria de justiça. Os problemas da justiça são outros, têm a ver com a sua própria organização, sobretudo também com os meios e com medidas, com medidas direcionadas na área da justiça administrativa e da justiça criminal, que permitam uma maior celeridade dos processos", defendeu, indicando que a IL tem "propostas concretas" nestas áreas.

Rui Rocha defendeu que não é "estando sempre e constantemente a atacar a justiça e a suscitar questões relativas à justiça" que se cria o "contexto necessário para uma discussão como deve ser".

O liberal disse estar disponível "para discutir com todos e para ouvir todos nesta matéria", mas salientou que "discutir justiça a propósito de factos concretos, de casos concretos, nunca foi boa política".

"Reflexões mais amplas sobre justiça parecem-me sempre oportunas, feitas com a tranquilidade necessária, com a boa-fé necessária. Faremos a nossa parte no parlamento, trazendo medidas concretas nesse sentido", indicou.

Questionado se considera este manifesto um ataque à justiça, o líder da IL recusou, indicando que se trata de "um exercício da liberdade de expressão natural, desejável".

"Os cidadãos devem organizar-se e partilhar as suas ideias, mas quando vejo como subscritor por exemplo Ferro Rodrigues não fico com a ideia de que sejam contributos que vão ser determnantes na evolução que pretendemos para a justiça", defendeu.

Rui Rocha afirmou também que pode ser uma forma de pressão sobre o poder político, mas disse ter "dúvidas se essa pressão traz algo de útil".

"Às vezes fala-se da necessidade de pactos de justiça, não tenho nada contra pactos de justiça, o que espero é que esse desejo de haver pactos de justiça também não sejam subterfúgios para paralisar a discussão", indicou.

Na ocasião, o presidente da IL foi questionado também sobre a proposta do Governo de um suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, que vai substituir o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

Rui Rocha defendeu que as forças de segurança estejam "bem preparadas" e sejam "bem remuneradas" mas disse ser necessário "conhecer os custos da medida", apelando ao executivo que divulgue esses números.

"Isto tem que ser feito com equilíbrio, tem que ser feito com justiça e continuamos a dizer que a administração pública carece de uma reforma", defendeu.

O líder da IL indicou que o seu partido não pretende avançar com propostas, mas está disponível para "viabilizar soluções nesta matéria" desde que o Governo diga "quanto é que estas propostas valem e se está ou não disponível para fazer essa reforma do Estado, para apostar no crescimento económico".

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