Ministra nega descoordenação sobre incêndios. "Primeiro-ministro esteve sempre informado"

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19 set, 2024 - 21:16 • Ricardo Vieira

Margarida Blasco quebrou o silêncio para fazer um balanço dos incêndios desta semana - os maiores dos últimos anos. Governante considera que há um tempo para "prevenir, "agir e falar ao país" e diz que relatório vai "esclarecer se houve falhas". Mais de 400 ignições ocorreram durante a noite e governo vai reunir com autoridades nas próximas semanas para criar equipa especial de de investigação.

A ministra da Administração Interna quebrou esta quinta-feira o silêncio sobre os incêndios para explicar o que foi feito nos últimos dias e negar descoordenação no Governo. "O senhor primeiro-ministro esteve sempre informado", afirma Margarida Blasco.

Em conferência de imprensa na sede nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a ministra foi questionada se se sente fragilizada por ser o primeiro-ministro a dar a cara e liderar a resposta aos incêndios.

“O primeiro-ministro quando fala, fala em nome do Governo e o primeiro-ministro acompanhou a par e passo a evolução desta tragédia. Esteve sempre informado, esteve sempre ao corrente e comunicou ao Presidente da República. Todo o Governo esteve informado desde a primeira hora. Quando o senhor primeiro-ministro fala, fala pelo Governo", declarou Margarida Blasco.

Para justificar o seu silêncio nos últimos dias, a governante considera que há um tempo para "prevenir" incêndios, um tempo para "agir" e "finalmente há um momento para falar ao país".

"As boas práticas aconselham a que não haja intervenções desnecessárias no teatro de operações e na comunicação", sublinha.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, exigiu a demissão dos responsáveis pela coordenação técnica operacional na sequência da morte de três bombeiros de Tábua, afirmando que o sistema falhou. Margarida Blasco recusou comentar o pedido de demissão.

Relatório para "esclarecer se houve falhas"

Questionada pelos jornalistas se admite falhas e erros na gestão dos incêndios dos últimos dias, a ministra diz que, a seu tempo, serão tiradas conclusões.

"Ainda temos fogos neste momento. No final, quando fizermos um ponto da situação, faremos um relatório e estaremos à disposição para esclarecer se houve falhas e se tudo correu bem, mas isso no seu tempo", sublinhou.

A presidente da Câmara de Arouca. Margarida Belém, disse aos jornalistas que ligou para a ministra da Administração Interna, mas o "telemóvel estava desligado".

Margarida Blasco esclarece que não recebeu qualquer telefonema da autarca de Arouca. "Verifiquei que não tenho esse telefonema. O número de telefone que lhe foi dado não era o meu. O Sr. secretário de Estado ainda hoje falou com a senhora presidente da Câmara de Arouca, como fez com praticamente todos os autarcas deste país", sublinhou.

[em atualização]

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