Por restringir demais a IA, Europa arrisca ficar atrás dos EUA e da China

2 dias atrás 37

A União Europeia (UE) tem imposto regras a alguns setores, reforçando o seu protecionismo, por via de algumas delas. Para o príncipe dos Países Baixos, pela regulamentação excessiva, o bloco arrisca ficar atrás dos Estados Unidos e da China em matéria de Inteligência Artificial (IA).

Inteligência Artificial na política

O príncipe Constantijn é o terceiro e mais novo filho da antiga Rainha Beatriz dos Países Baixos e o irmão mais novo do atual Rei dos Países Baixos, Willem-Alexander. Na perspetiva do enviado da startup holandesa Techleap, onde trabalha para ajudar as empresas locais a crescer rapidamente a nível internacional, melhorando o seu acesso ao capital, ao mercado, ao talento e às tecnologias, "a nossa missão parece estar limitada a sermos bons reguladores".

Numa entrevista à CNBC, durante a conferência Money 20/20 fintech, em Amesterdão, no início deste mês, o príncipe dos Países Baixos disse que a Europa corre o risco de ficar atrás dos Estados Unidos e da China em matéria de IA, por estar concentrada na regulamentação da tecnologia.

Vimos isso no espaço de dados [com o RGPD], vimos isso agora no espaço da plataforma e agora com o espaço da IA.

Disse Constantijn, na sequência da adoção de regulamentos formais, pela UE, que limitam a forma como os programadores e as empresas podem aplicar a IA em determinados cenários. Recorde-se que o bloco deu a aprovação final à AI Act, uma lei pioneira, no mês passado.

Príncipe Constantijn dos Países Baixos

Príncipe Constantijn dos Países Baixos

Protecionismo da UE pode prejudicar a competitividade em matéria de IA

À CNBC, o príncipe Constantijn revelou estar "muito preocupado" com o facto de a Europa se ter concentrado mais na regulação da IA do que em tentar tornar-se um líder inovador neste domínio. Afinal, apesar de ser "bom ter perceções", por forma a "trazer clareza ao mercado, previsibilidade e tudo isso", "é muito difícil fazer isso num espaço que evolui tão rapidamente".

Há grandes riscos de errar e, como vimos com os organismos geneticamente modificados [OGM], isso não impediu o desenvolvimento. Apenas impediu a Europa de o desenvolver, e agora somos consumidores do produto, em vez de produtores capazes de influenciar o mercado à medida que este se desenvolve.

Recordou Constantijn, mencionando a moratória efetiva sobre novas aprovações de culturas geneticamente modificadas imposta pela UE, entre 1994 e 2004, devido aos riscos para a saúde que lhes estavam associados.

Apesar de as Academias Nacionais de Ciências dos Estados Unidos afirmarem que as culturas geneticamente modificadas são seguras para o consumo humano e para o ambiente, a UE implementou regras rigorosas sobre os OGM, invocando a necessidade de proteger a saúde dos cidadãos e o ambiente.

Inteligência Artificial (IA)

Para Constantijn, a UE está a tornar "bastante difícil" inovar no domínio da IA pelas "grandes restrições aos dados", especialmente quando se trata de setores como a saúde e a ciência médica.

Além disso, o mercado americano é "um mercado muito maior e unificado", com maior liberdade de circulação de capitais. Nestes pontos, acrescentou Constantijn, "a Europa tem um desempenho bastante fraco".

Além de a "nossa pontuação ser boa em termos de talento" e da própria tecnologia, no que diz respeito ao desenvolvimento de aplicações que utilizam a IA, "a Europa vai ser definitivamente competitiva". Contudo, "continuaremos a depender das grandes plataformas para fornecer a infraestrutura de dados subjacente e a infraestrutura de TI".

Ler artigo completo