Prestação média do crédito à habitação baixa em março pela 1.ª vez desde dezembro de 2021

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Segundo o regulador e supervisor bancário, em março, a prestação média mensal do `stock` de crédito à habitação (crédito novo e antigo) foi de 423 euros em março, menos três euros do que em fevereiro.

"Este foi o primeiro mês desde o início da série estatística, em dezembro de 2021, no qual se verificou uma diminuição da prestação média mensal", indica o BdP nas estatísticas hoje divulgadas.

Apesar de ter havido uma descida na prestação média mensal, o valor de março (423 euros) significa mais 62 euros do que em março de 2023 (quando foi de 361 euros) e se a comparação for com março de 2022 ainda é maior, de 138 euros (então era de 285 euros).

A prestação média do crédito à habitação subiu nos últimos dois anos acompanhando o rápido aumento das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), num mercado bancário em que a maioria dos contratos são a taxa de juro variável.

A recente e ligeira descida das taxas de juro Euribor, uma vez que se perspetiva cortes das taxas diretoras pelo BCE, tem efeitos sobre a prestação do crédito e deverá continuar de forma moderada. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem a final do ano em torno dos 3%.

A análise do BdP aos empréstimos concedidos para compra de habitação própria permanente indica ainda que, em março, os novos conratos foram maioritariamente a taxa mista, o equivalente a 74% do total. Em março de 2023 apenas 18% dos novos créditos à habitação foram a taxa mista.

A taxa mista inclui uma taxa de juro fixa num período inicial do contrato sendo que no restante tempo a taxa de juro é variável.

As altas taxas de juro têm levado os clientes a optar por fixar a taxa nos primeiros anos numa medida preventiva para saberem com o que contam de prestação mensal pelo menos no período inicial.

A taxa fixa para todo o tempo do contrato de crédito continua a ser residual, em março foi aplicada em apenas 4% dos créditos. Em geral, os próprios bancos não oferecem esta alternativa ou é muito cara.

Quanto às amortizações antecipadas de crédito à habitação, estas representaram 0,88% do stock de empréstimos em março, abaixo dos 0,91% de fevereiro.

Março foi o terceiro mês consecutivo em que houve diminuição das amortizações antecipadas. As amortizações antecipadas totais (que inclui os contratos terminados por pagamento total da dívida, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito) representaram 91% das amortizações antecipadas em março.

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