PSP garante que usou a "força estritamente necessária" para retirar estudantes da Faculdade de Psicologia

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Lisboa

10 mai, 2024 - 14:22 • Lusa

Uma porta-voz do movimento de ativistas diz que ação das autoridades se traduziu em "fortes empurrões e bastonadas, deixando inclusivamente pais de estudantes, que se encontravam a apoiar o protesto, no chão".

A PSP garantiu hoje ter usado a "força estritamente necessária" para retirar os estudantes que efetuaram um protesto na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa contra a guerra na Faixa de Gaza e o uso de combustíveis fósseis.

Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública (PSP), que deteve oito ativistas (entre os 19 e os 28 anos) por desobediência, assegurou ter explicado aos manifestantes as razões da presença no local e que foi chamada a pedido da direção da Faculdade de Psicologia por o protesto estar, alegadamente, a "colocar em causa o normal funcionamento" da instituição.

"A retirada dos manifestantes do interior da Faculdade foi conduzida com sensibilidade e respeito aos direitos humanos e priorizando a segurança de todas as partes envolvidas e, embora tenha sido tentado o diálogo e a mediação da situação, os mesmos resultaram infrutíferos, havendo necessidade de concretizar as referidas detenções", lê-se na nota divulgada pela força policial.

Ao retirarem os oito ativistas que não decidiram não acatar as ordens para abandonar as instalações, a PSP disse ter-se deparado com "cerca de 30 a 40 ativistas na via pública" e que estes se aproximaram e cercaram os veículos policiais, tendo alguns se sentado na estrada a fim de impedirem a retirada.

"Houve necessidade de criar uma caixa de segurança recorrendo à força estritamente necessária, de modo a libertar a faixa de rodagem e consequentemente a retirada em segurança das viaturas e seus ocupantes, o que se veio a verificar", salientou a PSP, que levou os detidos para o Comando Metropolitano de Lisboa para, posteriormente, serem presentes a tribunal.

O comunicado da força de segurança surge horas depois de uma porta-voz do movimento de ativistas ter denunciado à Lusa que houve "violência policial". Joana Fraga contou que a ação das autoridades se traduziu em "fortes empurrões e bastonadas, deixando inclusivamente pais de estudantes, que se encontravam a apoiar o protesto, no chão".

Já hoje a Universidade de Lisboa (UL) emitiu também um comunicado a justificar a chamada da polícia pela necessidade de "repor a segurança de bens, equipamentos e pessoas".

"Valorizámos sempre a expressão livre de ideias e o envolvimento da comunidade em causas que nos preocupam coletivamente. Face a métodos e comportamentos que põem seriamente em causa a segurança de pessoas e bens e, por extensão, o bom funcionamento da Universidade de Lisboa e das suas Escolas, é nossa responsabilidade pôr termo a esta iniciativa", afirmou a instituição.

Estudantes universitários e do ensino secundário portugueses ligados a movimentos como a Greve Climática Estudantil e Estudantes pela Justiça na Palestina protestavam desde terça-feira na Faculdade de Psicologia da UL, em cujo edifício funciona também o Instituto de Educação.

Os movimentos tinham convocado a ocupação associando-se a um protesto estudantil que se iniciou nos campus norte-americanos e se estendeu a universidades de várias cidades europeias, do Canadá, México e Austrália, para exigir o fim da ofensiva israelita em Gaza.

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