Quem são os Houthis do Iémen e porque têm atacado navios no Mar Vermelho?

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Os rebeldes Houthi do Iémen, apoiados pelo Irão, estão a desempenhar um papel cada vez mais importante no conflito no Médio Oriente, com o ataque sucessivo de navios no Mar Vermelho e o disparo de drones e mísseis contra Israel. O objetivo, segundo defendem, é apoiar os palestinianos na guerra entre Israel e o Hamas.

O Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou esta terça-feira a criação de uma operação multinacional para salvaguardar o comércio no Mar Vermelho, em resposta aos ataques dos Houthi, noticia a Reuters.

Os ataques dos Houthis tem ameaçado as rotas marítimas através das quais grande parte do petróleo mundial é transportado.

Quem são os Houthis?

No final da década de 1990, a família Houthi, no extremo norte do Iémen, criou um movimento para reavivar a seita Zaydi do Islão xiita, que em tempos governou o Iémen. À medida que o conflito com o governo do Iémen aumentava, foram travadas várias guerrilhas com o exército nacional e um conflito fronteiriço com a Arábia Saudita, em parte como reação à crescente influência financeira e religiosa saudita. 

O poder dos rebeldes Houthi cresceu durante a guerra do Iémen, que começou no final de 2014, quando se apoderaram de Sanaa. Os Houthis estabeleceram o controlo de grande parte do norte e de outros grandes centros populacionais, enquanto o governo internacionalmente reconhecido se instalou em Aden.

Há mais de um ano que a guerra no Iémen acalmou devido a um esforço de paz liderado pela ONU. No entanto, no dia 31 de outubro, os Houthis intervieram no conflito que se instalou no Médio Oriente a 7 de outubro - com o ataque do Hamas a Israel -, anunciando que tinham disparado drones e mísseis contra Israel e prometendo continuar a atacar "até que a agressão israelita pare".

Os Houthis fazem parte do que descrevem como um "eixo de resistência" contra Israel, assim como o Hamas e o Hezbollah libanês, apoiados pelo Irão.

A 9 de dezembro, reforçaram as ameaças dizendo que iriam atacar todos os navios que se dirigissem a Israel, independentemente da nacionalidade, e avisaram todas as companhias de navegação internacionais para não negociarem com portos israelitas. "Se Gaza não receber os alimentos e medicamentos de que necessita, todos os navios no Mar Vermelho com destino a portos israelitas, independentemente da nacionalidade, tornar-se-ão um alvo para as nossas forças armadas", afirmou o porta-voz dos Houthi, citado pela Reuters.

Esta segunda-feira, um petroleiro norueguês foi atacado quando navegava no Mar Vermelho. Em resposta aos ataques do Houthis, a BP decidiu, esta segunda-feira, suspender temporariamente o tráfego de todos os seus navios nas rotas que atravessam o Mar Vermelho.

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