"A justiça precisa de facto de ser pensada, é necessário fazê-lo"

2 semanas atrás 46

"Eu creio que é um exercício de liberdade, mas não creio que daí venha nenhuma novidade, nenhuma mudança por via desse manifesto essencial na justiça. A justiça precisa de facto de ser pensada, é necessário fazê-lo, não creio que esse manifesto acrescente muito a essa intenção", defendeu.

Rui Rocha falava aos jornalistas durante uma visita ao Salão Imobiliário de Portugal, que decorre até domingo na FIL, em Lisboa, e foi questionado sobre o manifesto subscrito por 50 personalidades de diversos quadrantes em defesa de um "sobressalto cívico" que acabe com a "preocupante inércia" dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, num apelo ao Presidente, Governo e parlamento.

"Não creio que seja o contributo deste manifesto que vai trazer alguma alteração especial em matéria de justiça. Os problemas da justiça são outros, têm a ver com a sua própria organização, sobretudo também com os meios e com medidas, com medidas direcionadas na área da justiça administrativa e da justiça criminal, que permitam uma maior celeridade dos processos", defendeu, indicando que a IL tem "propostas concretas" nestas áreas.

Rui Rocha defendeu que não é "estando sempre e constantemente a atacar a justiça e a suscitar questões relativas à justiça" que se cria o "contexto necessário para uma discussão como deve ser".

O liberal disse estar disponível "para discutir com todos e para ouvir todos nesta matéria", mas salientou que "discutir justiça a propósito de factos concretos, de casos concretos, nunca foi boa política".

"Reflexões mais amplas sobre justiça parecem-me sempre oportunas, feitas com a tranquilidade necessária, com a boa-fé necessária. Faremos a nossa parte no parlamento, trazendo medidas concretas nesse sentido", indicou.

Questionado se considera este manifesto um ataque à justiça, o líder da IL recusou, indicando que se trata de "um exercício da liberdade de expressão natural, desejável".

"Os cidadãos devem organizar-se e partilhar as suas ideias, mas quando vejo como subscritor por exemplo Ferro Rodrigues não fico com a ideia de que sejam contributos que vão ser determinantes na evolução que pretendemos para a justiça", defendeu.

Rui Rocha afirmou também que pode ser uma forma de pressão sobre o poder político, mas disse ter "dúvidas se essa pressão traz algo de útil".

"Às vezes fala-se da necessidade de pactos de justiça, não tenho nada contra pactos de justiça, o que espero é que esse desejo de haver pactos de justiça também não sejam subterfúgios para paralisar a discussão", indicou. 

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