"Costa só vai ocupar cargo se sociais-democratas aceitarem Von der Leyen"

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Catarina Martins, deputada única eleita pelo Bloco de Esquerda (BE) para o Parlamento Europeu, mostrou-se reticente com "o acordo" que será feito com a extrema-direita para que António Costa assuma funções na presidência do Conselho Europeu.

"É um desafio seguramente complexo. Mas desejo as maiores felicidades a António Costa nas funções, se as vier a desempenhar, como tudo indica que virá", afirma Catarina Martins num espaço de comentário na SIC Notícias, referindo-se ao facto de ter lidar com governos e líderes europeus ligados à extrema-direita.

No entanto, a agora eurodeputada afirma que "não está em causa se António Costa vai ou não ocupar o cargo", mas sim "o acordo que é feito".

"António Costa só vai ocupar um cargo se os sociais-democratas aceitarem que Ursula Von der Leyen é uma boa presidente da Comissão Europeia (CE). E esse é o acordo que é feito", salienta Catarina Martins, realçando que a líder do CE é "apoiante" do "genocídio que está a ser cometido na Faixa de Gaza".

De salientar que os seis chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) que, no Conselho Europeu, estão a negociar os cargos de topo, incluindo a nomeação de António Costa, chegaram hoje a acordo preliminar, avançaram fontes europeias à Lusa.

Depois de uma primeira tentativa falhada para acordo no jantar informal de líderes da UE a 17 de junho passado, estes negociadores (de centro-direita, socialistas e liberais) têm estado em conversações sobre os cargos de topo europeus no próximo ciclo institucional, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen para segundo mandato na Comissão Europeia e o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para chefe da diplomacia comunitária.

Além do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que já disse que apoiaria a nomeação de António Costa, há outros 11 chefes de Governo e de Estado do Partido Popular Europeu (PPE), de países como Grécia, Croácia, Letónia, Suécia, Áustria, Irlanda, Roménia, Finlândia, Chipre, Polónia e Luxemburgo, que assumiram o apoio ao antigo governante português.

É também o Conselho Europeu que propõe o candidato a presidente da Comissão Europeia, instituição que tem vindo a ser liderada desde 2019 por Ursula von der Leyen, num aval final que cabe depois ao Parlamento Europeu, que vota por maioria absoluta (metade dos 720 eurodeputados mais um).

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