Talibã não reconhecem atletas afegãs nos Jogos Olímpicos

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Desde o regresso dos talibãs ao poder, há três anos, as condições de vida das mulheres afegãs endurareceram e estas estão proíbidas de praticar desporto, bem como de estudar.

O governo talibã do Afeganistão disse esta segunda-feira que não “reconhece” a participação de três atletas femininas, convidadas para os Jogos de Paris (26 de julho a 11 de agosto) pelo Comité Olímpico Internacional (COI).

“Apenas três atletas representam o Afeganistão”, disse o porta-voz talibã do Ministério do Desporto, referindo-se a três atletas do género masculino. “Neste momento, os desportos femininos estão proibidos no Afeganistão. Se os desportos femininos não são praticados, como podem fazer parte da seleção nacional?”, questionou Atal Mashwani, citado pela agência AFP. 

Em meados de junho, o COI anunciou a presença em Paris de uma seleção afegã composta por três atletas masculinos (no atletismo, na natação e no judo) e três atletas femininas (no atletismo e no ciclismo), sem revelar a sua identidade.

Todos, à exceção do  judoca, moram fora do Afeganistão, disse o diretor-geral do Comité Olímpico Afegão, Dad Mohammad Payenda Akhtari. O porta-voz do COI, Mark Adams, garantiu no mês passado que o Comité Olímpico Afegão, cujos principais líderes estão no exílio, é “o seu único interlocutor para a preparação e participação da seleção afegã”.

Os atletas afegãos que participarem em Paris o fá-lo-ão com as cores preto, verde e vermelho da antiga bandeira do regime derrubado pelos talibãs no verão de 2021. 

Desde o regresso dos talibãs ao poder, há três anos, as condições de vida das mulheres afegãs endurareceram e estas estão proíbidas de praticar desporto, bem como de estudar.

A ONU denunciou a situação como “apartheid de género”.

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