'11-M'. O maior atentado terrorista de Espanha aconteceu há 20 anos

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Há duas décadas, Espanha sofreu o maior ataque terrorista da sua história. Passava pouco das 7h30 da manhã, de quinta-feira, 11 de março de 2004, quando dez dispositivos explodiram, em plena hora de ponta, no espaço de poucos minutos, a bordo de quatro comboios suburbanos na estação de Atocha, no coração de Madrid, e nas suas proximidades.

Após dias de caos, a tentar ajudar os sobreviventes e a contar os mortos, as autoridades anunciaram 192 vítimas mortais e cerca de 2 mil feridos.

O primeiro-ministro espanhol da altura, José María Aznar, atribuiu o ataque à ETA, que há várias décadas protagonizava atentados bombistas em Espanha. Mas o grupo separatista basco apressou-se a negar qualquer envolvimento.

Poucas horas depois do ataque, a Al-Qaeda, ainda liderada por Osama bin Laden, assumiu a responsabilidade, indicando que era uma retaliação pela participação de Espanha na guerra do Iraque, após o atentado terrorista às Torres Gémeas, em Nova Iorque, em que os terroristas islâmicos mataram cerca de 3 mil pessoas.

No início de abril, do mesmo ano, sete homens que constituíam o núcleo duro da célula jihadista que executou o ataque explodiram-se a sul de Madrid, enquanto a polícia cercava o apartamento onde se escondiam. A explosão acabou por matar também um polícia, considerado a 193.ª vítima do ‘11-M’.

Após três anos de investigação, em 2007, 29 arguidos, a maioria dos quais marroquinos, foram julgados, em Madrid. 18 deles foram condenados, porém, hoje em dia, apenas três – dois marroquinos e um espanhol – ainda estão atrás das grades, onde deverão permanecer até, pelo menos, 2044. Os restantes terão sido extraditados após cumprirem as suas penas.

Homenagens sucedem-se ao longo do dia de hoje

Hoje, 20 anos depois da tragédia, Espanha presta homenagem às 192 vítimas de 17 nacionalidades diferentes, assassinadas naquele fatídico dia 11 de março, que marcou o início de vários ataques islâmicos de grande escala na Europa, segundo a AFP.

Logo de manhã, muitos foram os que deixaram flores e outras oferendas, como peluches, junto ao memorial com os nomes das vítimas em Atocha. Outros tantos participaram numa missa fúnebre de homenagem aos que morreram nesse fatídico dia.

Para as 12h15 (11h15 em Lisboa) está marcada uma cerimónia presidida pelo Rei Felipe VI e pela Rainha Letizia, na Galeria das Coleções Reais, perto do Palácio Real, em Madrid.

Recorde-se que o dia 11 de março foi declarado pela Comissão Europeia como o 'Dia Europeu de Comemoração das Vítimas do Terrorismo'.

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