120 milhões na Defesa? "O que aqui temos não é despesa, é investimento"

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O ministro da Defesa, Nuno Melo, disse, esta sexta-feira, que, no poucos dias desde que o Governo tomou posse, já foi feito mais do que nos últimos anos.

"Dei a cara. A minha primeira preocupação foi resolver problemas que têm alguns casos 20 anos em 115 dias. Fizemos em 115 dias o que não foi feito, seguramente, em oito anos, o que em alguns casos não foi feito em 15, e noutros casos não foi feito em 20", afirmou, quando confrontando pela CNN Portugal com a sua ausência nas negociações com militares.

Em entrevista ao canal, Nuno Melo explicou que foi conversando com os chefes dos três ramos das Forças Armadas. "Associações militares foram ouvidas. Dito isto, chegamos a resultados e os resultados são tão importantes", considerou, falando a sobre as dificuldades de recrutamento e também assegurar a retenção de militares. "Hoje sei que vivemos um dia histórico para as Forças Armadas em Portugal", acrescentou.

Questionado, mais uma vez, sobre a sua ausência nas negociações, o ministro distinguiu entre os sindicatos que se encontraram com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, em comparação com as associações, que não representam todos os militares.

"[Associações] Foram ouvidas. Mais do que ouvidas, foram escutadas", reforçou, lembrando que estas foram recebidas pelo secretário de Estado Adjunto da Defesa Nacional, "que tem esta competência delegada".

"O que aqui temos não é despesa, é investimento"

Quanto ao "investimento" de 120 milhões para a Defesa, que Nuno Melo diz não ser "despesa", o governante referiu que este vai ser importante na eficácia das ações de busca e salvamento, ações de fiscalização e combate nos incêndios, no transporte de órgãos que salvam vidas ou no combate ao tráfico de droga. "Por isso é que eu digo que o que aqui temos não é despesa, é investimento. O investimento que estamos a fazer é para assegurar tarefas fundamentais para o povo português, sem o qual tudo sairia mais caro. O custo seria a vida [...]", atirou.

Em relação às medidas apresentadas esta sexta-feira, das quais faz parte um aumento de 300 euros no suplemento da condição militar, Nuno Melo apontou que haveria cerca de menos seis mil militares em 2024 em relação a 2015. "Temos de perceber porque é que os jovens querem sair das Forças Armadas", referiu, explicando que há que para além dos salários baixos há outros problemas.

"Na habitação [...] e depois até uma falta de consideração em casos de invalidez ou morte. E nós demos resposta a isso tudo. em primeiro lugar, com a condição militar [...]", considerou, falando dos aumentos na componente fixa.

"Atacámos o problema da residência com um suplemento. Hoje, um militar a partir dos 50 quilómetros passa a ter este suplemento. Só tinha a partir de 100 km", exemplificou o ministro.

Governo anuncia aumento de 300 euros no suplemento da condição militar

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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, realçou que o dia de hoje é "histórico" e avançou um “acréscimo do suplemento de condição de militar equivalente ao que foi decidido para as forças de segurança”.

Notícias ao Minuto | 13:48 - 26/07/2024

As medidas hoje anunciadas pelo Governo para os profissionais das Forças Armadas vão ter um impacto orçamental de 120 milhões de euros no terceiro ano de aplicação, segundo a estimativa divulgada pelo Executivo PSD/CDS-PP.

No passado dia 11 de julho, em Washington, durante a Cimeira da NATO, o primeiro-ministro afirmou que, em matéria de questões de Defesa Nacional, o Governo iria "colocar em marcha" o processo negocial com os militares com vista a uma valorização remuneratória.

"Dentro da componente de incremento da despesa na área da Defesa, está também previsto o investimento nos recursos humanos. Isso passa por várias decisões, desde a valorização das condições de apoio a ex-combatentes, até incentivos para tornar mais atrativa a carreira militar e, naturalmente, atualizações remuneratórias", declarou.

Conselho de Ministros alargado com Defesa como tema central

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O Governo está hoje reunido no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, num Conselho de Ministros alargado aos secretários de Estado e que terá como tema central as questões de Defesa Nacional.

Lusa | 10:56 - 26/07/2024

Na mesma ocasião, Luís Montenegro salientou que o Governo já tinha "assumido o compromisso de encetar esse trabalho" depois de alcançar um acordo com as forças de segurança.

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