5G e “coletes das emoções” dão música a pessoas surdas no NOS Alive

2 meses atrás 52

Apesar das desigualdades e barreiras que ainda existem no acesso das pessoas com deficiência aos eventos culturais, o panorama tem vindo a mudar nos últimos anos. A tecnologia traz novas oportunidades para tornar os festivais de música mais acessíveis e, na sua 17ª edição, o NOS Alive foi palco do primeiro concerto 5G para pessoas surdas em Portugal. 

A iniciativa foi desenvolvida pela NOS em parceria com a Access Lab, uma empresa cuja missão passa por garantir o acesso das pessoas com deficiência à cultura e ao entretenimento. Através dela, oito pessoas surdas, com diferentes tipos de perda auditiva, tiveram a oportunidade de participar numa experiência multisensorial para sentir a emoção do concerto de Dua Lipa, que decorreu no segundo dia do festival. 

A experiência combinou coletes hápticos e uma aplicação com legendagem e interpretação em Língua Gestual Portuguesa (LGP) em tempo real: tecnologias suportadas pela rede móvel de quinta geração da NOS. 

“A NOS tem como missão colocar a sua tecnologia, principalmente aquela que é mais disruptiva, como é o caso da tecnologia 5G, ao serviço das pessoas. Esta iniciativa em particular surge com esse propósito”, afirma Margarida Nápoles, diretora de comunicação corporativa e responsabilidade social da empresa de telecomunicações, em entrevista à Exame Informática.

Veja as imagens da iniciativa

A combinação de tecnologias usadas na iniciativa permitiu tirar partido das características do 5G, em particular do slicing da rede. Através desta capacidade é possível “fatiar” a rede, de modo a que os segmentos que a compõem possam ser usados para diferentes aplicações. 

NOS Alive: Foco no 5G

A par da iniciativa com “coletes das emoções”, a rede 5G da NOS também suportou soluções como o “Entusiasmómetro”, anteriormente conhecido por Audio Mood Analysis e implementado na edição de 2023 do festival

Para garantir a operação do festival, a comunicação foi assegurada por mais de 100 células móveis, 16 das quais 5G, indicam dados avançados pela empresa de telecomunicações. Em destaque esteve também uma Antena Lente semelhante à que é usada no SuperBowl. 

Com mais de 100 profissionais a acompanhar as operações de rede, a infraestrutura de rede fixa contou com mais de 1200 km de fibra ótica ao longo dos 11 hectares do recinto. Para monitorizar a qualidade de experiência da rede 4G e 5G, e apoiar o trabalho da equipa técnica, foi instalado um sistema de sondas remotas e autónomas. 

A utilização da rede 5G trouxe também mais ‘liberdade’ à experiência com os coletes hápticos, que captam o som do concerto e emitem vibrações para as pessoas que os estão a utilizar. Uma vez que a solução assenta totalmente em 5G, os participantes puderam movimentar-se livremente pelo festival, não estando circunscritos a um espaço do recinto nem ligados a cabos, “que era o que acontecia até agora”, explica Margarida Nápoles. 

A responsável destaca também o impacto da baixa latência, isto é, do tempo de resposta da rede. “(…) o facto de ser quase instantâneo garante que a música está a ser transformada em vibrações e as pessoas estão a sentí-la praticamente ao mesmo tempo que o artista está a fazer o seu concerto”, detalha.  

“Isto cria uma simbiose muito grande entre a pessoa que usa o colete, o artista e o público à sua volta. Todos estão no mesmo espaço físico a usufruir de uma mesma experiência que, naturalmente, é vivida por todos de forma diferente”

Margarida Nápoles, diretora de comunicação corporativa e responsabilidade social da NOS

De modo semelhante, a legendagem e interpretação em LGP transmitida através da aplicação também permitiu acompanhar o que se estava a passar no concerto a partir de qualquer local do festival.

“Foi muito especial poder estar no concerto a sentir toda a magia da multidão, da artista, das luzes e da vibração da música, sobretudo desta forma tão única com os coletes e a possibilidade de interpretação em LGP, através da tecnologia da NOS”, afirma Mariana Bártolo, uma das participantes na iniciativa, em comunicado. 

Embora esta seja uma solução-piloto, Margarida Nápoles realça que o seu desenvolvimento tem como objetivo chegar a um maior número de pessoas. Como piloto é possível à empresa testar a solução, perceber onde pode melhorar e “como é que ela pode vir a beneficiar de outro tipo de tecnologias que se possam depois introduzir”, detalha a responsável. 

Ler artigo completo