75 anos da NATO. Ucrânia não quer "estragar a festa", mas pede mais mísseis Patriot

5 meses atrás 66

Johanna Geron - Reuters

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia alertou esta-quinta-feira que, apesar de ser um dia de celebração para a NATO, que celebra 75 anos, o país precisa de mais sistemas de defesa antiaérea para proteger a população da ofensiva russa.

Não quero estragar a festa, mas a minha mensagem principal hoje é: Patriot”, disse Dmytro Kuleba à chegada ao quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.O MIM-104 Patriot é um sistema de defesa antiaérea de fabrico norte-americano utilizado pelos Estados Unidos, Alemanha, Israel, Países Baixos, Turquia e outros países. São produzidos nos Estados Unidos, mas a Alemanha e o Japão têm licenças para produção.

Salvar vidas ucranianas, a economia ucraniana e as cidades ucranianas depende da disponibilização de sistemas Patriot e de outros sistemas de defesa. Referi o Patriot por ser o único que consegue intercetar mísseis balísticos”, acrescentou o chefe da diplomacia ucraniana.

Dmytro Kuleba revelou que “só em março a Ucrânia foi atingida por 94 mísseis balísticos”. “Os aliados têm imensos [sistemas deste tipo]”, completou.
Stoltenberg defende que Europa e EUA são mais fortes unidos
O secretário-geral da NATO alertou os Estados Unidos da América (EUA) de que precisam da Aliança Atlântica e que através dos países europeus, Washington “tem mais amigos e parceiros do que qualquer outra potência”.

A Europa precisa da América para a sua segurança. É essencial a partilha de encargos justa e a Europa está a investir mais, muito mais. Este ano, a maioria dos aliados da NATO vai investir pelo menos dois por cento do seu PIB na Defesa. Por outro lado, a América do Norte também precisa da Europa. Os aliados europeus disponibilizam militares de alto nível, vastas redes de informação e influência diplomática única, multiplicando o poder americano” frisou o secretário-geral da Aliança Atlântica.

“Através da Organização do Tratado do Atlântico Norte [NATO], os EUA têm mais amigos e aliados do que qualquer outra potência. Não acredito na América sozinha, como também não acredito na Europa sozinha, acredito na América e na Europa juntos na NATO. Somos mais fortes e mais seguros juntos”, defendeu Jens Stoltenberg.

Durante a cerimónia dos 75 anos, no quartel-general do bloco político-militar, em Bruxelas, o secretário-geral realçou que o alargamento da NATO para 32 membros é a prova de que a Aliança Atlântica é necessária e está a trabalhar bem.

“No início tínhamos 12 membros. Hoje somos 32. Como tal, algo devemos estar a fazer bem. Ajudamos a espalhar a paz, democracia e prosperidade em toda a Europa”, realçou Stoltenberg.

O secretário-geral da NATO recordou ainda que o mundo passou por “duas guerras mundiais, uma guerra-fria e temos enfrentado todos os desafios desde essa altura”.
Rússia e NATO em “confronto direto”A Rússia e a NATO estão agora em "confronto direto", afirmou o Kremlin numa altura em que a aliança liderada pelos EUA marca seu 75º aniversário.

As sucessivas vagas de alargamento oriental da NATO são uma fixação do presidente Vladimir Putin, que entrou em guerra na Ucrânia há dois anos com o objetivo declarado de impedir a aliança de se aproximar das fronteiras da Rússia. Em vez disso, a guerra agitou a NATO, que se expandiu novamente com a entrada da Finlândia e da Suécia, recorda a Reuters.

"Na verdade, as relações passaram agora para o nível de confronto direto", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas.

A NATO "já estava envolvida no conflito em torno da Ucrânia e continua a avançar para as nossas fronteiras e a expandir as suas infraestruturas militares para as nossas fronteiras".

Putin tem dito repetidamente que a Rússia foi enganada pelo Ocidente no rescaldo da Guerra Fria
, uma vez que a aliança de Moscovo com o Pacto de Varsóvia foi dissolvida, mas a NATO avançou para leste, tomando os membros do pacto de informadores e os três Estados bálticos que faziam parte da União Soviética.

O Ocidente rejeita essa versão, afirmando que a NATO é uma aliança defensiva e que a sua adesão foi uma escolha democrática de países que se livraram de décadas de regime comunista.

A NATO diz que está a ajudar a Ucrânia a lutar pela sua sobrevivência face à agressão russa e que forneceu a Kiev armas avançadas, treino e informações.

A Rússia diz que isso faz da NATO uma parte de facto do conflito. Putin afirmou em fevereiro que um conflito direto entre a Rússia e a Aliança Atlântica significaria que o planeta estava a um passo da Terceira Guerra Mundial.

c/ agências

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