Elson Angélico é um empresário, curador e filantropo, cujas áreas de atuação são o imobiliário de luxo e a Arte Africana. É o fundador da MEXTO Holding AG, do Not A Museum e da WAAU – World African Artists United.
Cidadão português e angolano, nasceu em Luanda e mudou-se para Paris aos dez anos de idade. Estudou Moda e Design de Interiores na Créapole – École de Création et Management na capital francesa, e trabalhou com marcas de luxo internacionais em Paris, Zurique, Singapura, Seul e Lisboa, atuando como consultor em diferentes projetos hoteleiros na Ásia, bem como em vários projetos internacionais na indústria da moda e do design.
Aos 44 anos encontra-se de pedra e cal em Lisboa, onde fixou residência há cinco anos e onde fundou o Not A Museum, em 2019. Porquê? “Porque não havia um local para a representação da arte contemporânea africana”. Também abraçou o projeto ARCOlisboa para pôr em prática o ‘sonho’ de dar visibilidade à arte contemporânea africana. Sem complexos e olhando a pluralidade como futuro.
O Not A Museum surge da vontade de ter em Lisboa um espaço de intervenção artística aberto à arte contemporânea africana?
Quando cheguei a Portugal, há cinco anos, constatei que não havia espaços para os artistas africanos, afrodescendentes e diáspora… Ora, a Arte, a Cultura é o espelho da sociedade. Nós apreendemos o que ficou de antigas civilizações através da arte, da arquitetura. E a arte não pode destinar-se apenas a uma elite. Há muitas pessoas que pensam que não têm o direito a entrar em museus ou galerias. Não foram ensinadas a quebrar certas barreiras. Por isso, criei o NAM – Not A Museum para juntar galerias, artistas, curadores. Foi inovador e mostrámos que essa convivência é possível. [sorriso] Entretanto, enquanto aguardamos que se resolvam as burocracias relativamente ao espaço, decidimos que o NAM vai ser itinerante e circular no mundo inteiro.
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