A destruição da arte e as desculpas da Apple

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A prensa hidráulica destrói um gira-discos que está a tocar um vinil, um piano, um trompete, um metrónomo (instrumento para medir o tempo e marcar o compasso das composições musicais), latas de tinta, um jogo arcade, brinquedos. O anúncio, embalado por música, termina com a prensa hidráulica a levantar revelando um Ipad. Em off uma voz proclama que “o ipad mais poderoso é também o mais fino”.

Foi na rede social X que o presidente executivo da Apple, Tim Cook, mostrou o anúncio na passada terça-feira e agora a empresa, em comunicado, pede desculpa pela publicidade.“A criatividade está no nosso DNA e é extremamente importante produzir ferramentas que ajudem os criativos em todo o mundo”. Tor Myhren, vice-presidente de comunicações de marketing da Apple explica, no texto, que o objetivo do anúncio é mostrar todas as formas que os criadores utilizam para se expressar “dando vida a essas ideias através do iPad. Errámos o alvo com este vídeo e lamentamos.”

Uma nota que surge depois das reações negativas à publicidade. Por exemplo, o ator Hugh Grant escreveu no X que o anúncio representa “a destruição da experiência humana, cortesia de Silicon Valley”.

Meet the new iPad Pro: the thinnest product we’ve ever created, the most advanced display we’ve ever produced, with the incredible power of the M4 chip. Just imagine all the things it’ll be used to create. pic.twitter.com/6PeGXNoKgG

— Tim Cook (@tim_cook) May 7, 2024

A cineasta Justine Bateman - realizadora e produtora e que começou como atriz na série Family Ties, na década de 80 -, que tem criticado o impacto da inteligência artificial na indústria da sétima arte, escreveu no X: “Porque é que a Apple fez um anúncio que esmaga as artes? Tecnologia e IA significam destruir as artes e a sociedade em geral.”


O anúncio permanece na conta X de Tim Cook e no YouTube, mas a Apple cancelou a exibição na TV.

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