A lâmpada que ilumina a glória

6 meses atrás 52

Foi com um golpe de génio - perdão, Geny - que o Sporting trilhou o caminho mais rápido para o seu maior objetivo da temporada. Dois golos do ala moçambicano, um a abrir o outro a fechar, deram a vitória que deixou o leão com quatro pontos de vantagem sobre o Benfica na liderança da Primeira Liga, tendo ainda um jogo a menos.

46 segundos

Sim, foi esse o tempo que levou para o Sporting se colocar em vantagem. Uns meros 46 segundos.

A bola até seguiu do Benfica, mas não há elogios para fazer ao arranque da equipa visitante. Aliás, todos os elogios que podemos dispensar para esta fase do jogo caem no mesmo pote. Que saudades deixou durante este período de lesão! No dia do regresso, Pedro Gonçalves sprintou para tirar a bola a Bah e ainda driblou outro adversário antes de armar o cruzamento que Geny Catamo, ao segundo poste, transformou em golo.

Muitos já (ou ainda) estavam de pé quando a bola entrou, levando à loucura um estádio que, segundos antes, cantava sobre o que o mundo sabe. De repente, o mundo sabia também que o leão, líder à entrada para este jogo, dava um enorme passo na direção do título.Tentou continuar a caminhada nessa direção, com investidas de Gyökeres e Trincão nos minutos que se seguiram, mas o adversário fez questão de mudar o rumo.

A resposta chegou

Depois de se recompor do balde de água gelada que lhe caiu em cima durante o minuto inaugural, a águia, ainda agitada, começou a abrir as asas. Com o avançar do jogo, a timidez visitante, tal como o fumo da pirotecnia típica destes jogos, foi desvanecendo. Mesmo sem bola, o Sporting ia controlando o jogo e as primeiras investidas encarnadas, mas esse cenário não foi eterno.

Ángel Di María, um nome gigante do futebol português e internacional, também teve o seu impacto no jogo. O argentino foi autor do primeiro remate perigoso do Benfica e ainda repetiu a proeza, sendo que nesse segundo lance, aos 33 minutos, arriscou a expulsão com uma reação agressiva perante Pedro Gonçalves. Ficou em campo e aproveitou para colocar a sua equipa no caminho do empate.

Ora, se o Sporting abriu a contagem no primeiro lance da primeira parte, então o rival, determinado a regressar ao balneário com um resultado melhor, restabeleceu a igualdade no último. Foi aos 45+3, numa bola parada cobrada pelo Angelito, que o golo chegou. Foi Bah, que até aí estava a ser um dos piores em campo, quem cabeceou para o 1-1.

História escrita por Geny

Diz-se que não há altura pior para sofrer um golo do que em cima do intervalo. Essa máxima pareceu encaixar neste dérbi durante um período de intervalo em que os adeptos visitantes ganharam voz, enquanto os da casa ficaram sem reação ao golo sofrido (à exceção de muitos assobios à equipa da arbitragem). 

Certo é que na segunda parte essa mudança de ambiente não se sentiu. O Sporting começou mais forte e Alvalade acompanhou a equipa que quase fez o golo ao sétimo minuto, quando Gyökeres atirou à trave. Seria essa a grande chance de um leão que até teve mais bola após a entrada de Bragança, enquanto o Benfica, sempre atrás do exemplo de Di María, ameaçou a reviravolta num par de ocasiões. Valeram os uruguaios, Coates e Israel, a resolver esses lances.

Di María voltou a fazer das suas, com uma bola que ainda tocou na trave, e Daniel Bragança esteve por duas vezes pertíssimo de dar a vitória aos leões. No fim, foi Geny, o mesmo homem que tinha marcado o tento inaugural, quem decidiu. Aos 90+2, esse fatídico minuto para a águia, o ala moçambicano apareceu à direita, matou no peito, e atirou para a glória.

O que se seguiu, em Alvalade, foi felicidade pura. Festa incessante, de quem sabe que tem tudo para chegar ao seu 20º título de campeão nacional.

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