A máscara da felicidade

7 meses atrás 68

Mais de três meses depois do último triunfo para a I Liga, o Vizela voltou a saber o que é somar três pontos. Na deslocação ao terreno do Gil Vicente, a Rainha reencontrou-se com o caminho mais desejado e venceu o conjunto barcelense, por 0-1. Essende foi feliz, Andrew azarado, com a máscara da resistência da última meia hora a ser substituída pela definitiva (máscara) da felicidade visitante.

Estava a procissão ainda no adro, quando as primeiras virtudes carnavalescas surgiram do cortejo minhoto. Murilo Souza até conseguiu libertar os primeiros confettis de festa para os da casa, mas o fora de jogo de Félix Correia a anteceder a conclusão do subcapitão dos Galos, deixou fora de validade o momentâneo festim dos da casa.

@Catarina Morais / Kapta +

Por essa altura, já Samu tinha procurado vestir a pele de juiz do destino vizelense, num lance em que Andrew foi a balança perfeita para o equilíbrio dos pesos, na primeira batida de martelo da Rainha. Contudo, no surgimento da segunda (batida), Essende bateu o pé e o advogado de defesa (Andrew) não teve mãos a medir, num lance onde o argumento poderia ter sido mais eficaz para evitar a represália anfitriã.

Mas como no Carnaval, ninguém leva a mal, a turma de Campelos instalou o andor da redenção em frente à montra vizelense, numa clara tentativa de diminuir o castigo da desvantagem.

Maxime Domínguez, Gabriel Pereira e Félix Correia bem tentaram transformar-se nos Cavaleiros do Apocalípse para Francesco Ruberto, mas o guardião italiano, sempre que chamado à ação, mostrou como lidar com criaturas do oculto e dispersou os fantasmas que podiam pairar sobre os ombros da equipa de Rubén de la Barrera.

Turbilhão de sensações

No reatar, os recém-entrados, Tidjany Touré e Alipour, além de Mory Gbane ficaram perto do empate, mas Ruberto voltou a ser enorme na forma como exorcizou a tentativa de magia gilista. O que dizer da parada ao tiro do jovem extremo francês?

Ao perceber o momento de força anfitriã e por força da lesão de Essende, Rubén de la Barrera fez entrar Abdul Awudu e Bondarenko - subiu Matheus Pereira para extremo - e o lateral ucraniano, por pouco e por culpa da bela intervenção de Andrew, não confirmou nova máscara de dor à nação gilista.

Pouco depois, Sava Petrov viu o segundo amarelo após rematar uma segunda bola presente no terreno de jogo, num dos lances mais controversos do desafio. Exposto à vulnerabilidade de jogar com menos um elemento, o Vizela encarnou o papel de mártir, numa verdadeira declaração de resistência à abertura de mãos aos três pontos.

O assédio gilista foi imenso, nem sempre orquestrado da forma mais esclarecida por parte do Gil e a máscara da felicidade voltou mesmo ao rosto dos vizelenses, mais de três meses depois. 

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