A máscara da glória leonina

1 mes atrás 44

O Benfica mostrou grande maturidade tática na maioria do jogo, mas Mariana Cabral foi ao banco buscar os seus trunfos, mexeu nas peças do xadrez em campo e conseguiu uma reviravolta épica, à boleia de Telma Encarnação. O Sporting venceu o rival por 1-2 e conquistou a Supertaça feminina 2024.

O primeiro título oficial da nova época do futebol praticado por Mulheres em Portugal jogava-se no mítico Estádio do Restelo, com um dérbi entre Benfica e Sporting. Do lado encarnado, Filipa Patão promovia duas alterações no onze titular, face ao último jogo, saindo Alidou e Chandra Davidson, para dar lugar a Ucheibe e Nycole Raysla. Do lado leonino, Mariana Cabral apresentava o mesmo onze titular da meia final da Supertaça.

Eficácia de campeão

Ao contrário do jogo passado, quiçá para proteger mais a equipa, Filipa Patão regressou à fórmula da época passada e o Benfica apresentou-se em 3x5x2. As encarnadas entraram bastante associativas com bola, especialmente na direita, com Catariana Amado ativa, mas foram pecando na decisão no último terço, onde se notava a ausência das criativas de outros tempos. O cruzamento ia sendo uma arma usada em excesso e sem sucesso.

Catarina Amado foi ativa na 1ª parte @SL Benfica

O Sporting, por sua vez, parecia mais assertivo com bola e ia explorando a profundidade, especialmente na direita, pata atacar o espaço nas costas de Lund e onde Laís ia tendo dificuldades em acompanhar Raphino e Diana Silva - Carole Costa bem na compensação. Além disso, a bola parada ia sendo bem trabalhada e perigosa, mas as leoas pecavam na finalização e isso, contra o Benfica, paga-se caro.

Por norma, era Nycole quem estava mais solta no ataque, mas foi a reforço Prieto quem, aos 27', foi lançada na direita, na profundidade, por um belo passe de Ucheibe, e aproveitou uma má abordagem de Norheim para fazer o 1-0. O Sporting tentou reagir ao golo sofrido ao pressionar mais alto, mas o seu ímpeto foi diminuindo e as comandadas de Mariana Cabral demonstraram alguma incapacidade (ou vontade) em reagir e de ter bola por períodos mais alargados de tempo.

Na raça de leão

Apesar do resultado e da ida aos balneários, voltou a ser o Benfica quem entrou melhor para a 2ª parte, mais confortável com bola e a conseguir aproximações à baliza. De resto, as águias podiam perfeitamente dilatado a vantagem, até porque não deixavam o Sporting ter bola com a sua boa pressão alta, e estiveram perto de o conseguir, quase sempre na bola parada.

Sporting soube sofrer @FPF

Do outro lado, o Benfica estava ainda mais inoperante com bola e já nem conseguia explorar Raphino ou Diana Silva na frente, fruto de um bom trabalho de marcação de Carole Costa à norte-americana. Perante isto, o Benfica continuava a crescer e Lund tinha espaço como não tinha tido na 1ª parte. O Sporting precisava claramente de um abanão e Mariana Cabral tentou fazê-lo com as entradas de Maísa Correia e Cláudia Neto, o que dava a entender que a estratégia se mantinha.

Insistindo nessa estratégia, o Sporting tirou bom proveito e, aos 75', Telma Encarnação foi desmarcada nas costas da defesa e faturou. O lance foi esmiuçado pelo VAR, pela posição da internacional, mas acabou por confirmar-se a festa leonina. A estratégia demorou, mas resultou. A partir daqui, o Benfica bem tentou e foi para a frente com tudo, mas, agora, era o Sporting a gerir bem o resultado, sem receio de baixar um pouco as linhas. Resultou e o Sporting aproveitou para, aos 85', numa transição rápida conduzida por Telma, dar a machadada final, com o golo da vitória de Cláudia Neto.

As leoas rugiram mais alto e venceram a Supertaça feminina.

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