A PJ e os ciclos políticos

2 meses atrás 61

Uma das piores coisas que aconteceram à Polícia Judiciária foi pelos idos de 1995, quando o Governo do PS fez coincidir a mudança da direção desta polícia com a do ciclo político. Até aí, a mudança das direções poderia ser ditada pelo fim das comissões ou por outro tipo de razão, mas nunca coincidiu com a renovação dos ciclos políticos. Mudar a direção da PJ como se muda o pessoal político nos ministérios ou numa chafarica controlada partidariamente é uma machadada no seu estatuto de isenção. A PJ tem uma ligação orgânica ao Governo para fins orçamentais, nada mais para além disso. Na investigação criminal, a sua dependência é do Ministério Público. Não pode, portanto, ser olhado como mais uma dependência onde se coloca a rapaziada de confiança. O PS inaugurou esse funesto caminho e com Sócrates foi mais longe. Tentou asfixiá-la financeiramente para colocar os seus homens de confiança. Não conseguiu, mas provocou mais de uma década de quase paralisação. Espera-se, agora, que a AD não incorra no mesmo erro, mas os primeiros sinais não são os melhores. Ao colocar a direção nacional em gestão, há quase um mês, ao dizer que quer “arrumar a casa” no Ministério Público, o Governo está a dar sinais inquietantes, numa altura sensível em que a Justiça investiga gente do universo desta coligação.

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