O Campeonato da Europa não para e o terceiro dia de prova traz-nos mais três partidas que deixam água na boca. Sendo certo que os encontros dos Países Baixos (contra a Polónia) e de Inglaterra (frente à Sérvia) se assumem como jogos de maior destaque, isto na medida em que falamos de duas seleções com ambições na prova, a verdade é que o Eslovénia-Dinamarca tem também a si associados vários motivos de interesse. Ironia do destino, o primeiro jogo do grupo C coloca frente a frente duas seleções que se defrontaram na fase de qualificação para este Campeonato da Europa. Dinamarca e Eslovénia faziam parte do grupo H, sendo que os dinamarqueses terminaram em primeiro lugar e os eslovenos. Ainda assim, há a curiosidade de os dois conjuntos terem terminado exatamente com os mesmos pontos- 22, no caso-, as mesmas vitórias (sete), os mesmos empates (um) e as mesmas derrotas (duas). Assim sendo, o fator diferenciador acabou por ser o confronto direto, isto na medida em que se registou um empate a uma bola em território esloveno e um triunfo da Dinamarca na segunda partida entre estas duas formações. Fazendo uma análise mais aprofundada do registo histórico entre Dinamarca e Eslovénia, é facilmente percetível que os nórdicos levam vantagem: em seis jogos entre as duas seleções houve cinco vitórias da Dinamarca e o tal empate há cerca de um ano. Poderá este dado estatístico servir como fator motivacional para a formação de Kasper Hjulmand? Falar-se da Dinamarca em Europeus é sinónimo de uma das histórias mais bonitas com que a competição já nos presenteou. Em 1992, depois de ter sido repescada, a equipa nórdica acabou mesmo por vencer a competição, num cenário que pode ser descrito como um verdadeiro conto de fadas. Do outro lado, este jogo terá um sabor especial, já que marca o regresso da Eslovénia aos grandes palcos internacionais. A última vez que a equipa agora comandada por Matjaz Kek esteve presente neste tipo de competições foi em 2000, altura em que caiu na fase de grupos do Europeu disputado na Bélgica e nos Países Baixos. No plano individual, talento é o que não falta tanto a Dinamarca como Eslovénia, seleção que venceu Portugal no passado mês de março. Se Schmeichel e Oblak oferecem experiência e segurança na baliza, os jovens Rasmus Hojlund (Manchester United) e Benjamin Sesko (RB Leipzig) estão preparados para brilhar ao mais alto nível. Num grupo que tem Inglaterra como grande favorita e Sérvia, Eslovénia e Dinamarca a lutar (à partida) pelo segundo posto, este encontro pode assumir contornos decisivos.Tu outra vez?
Passado como inspiração