A prova dos nove

Vitórias sobre a Chéquia (2-1) e a Turquia (3-0) significam que Portugal já garantiu a passagem e o primeiro lugar do Grupo F. Assim mesmo, com todo o sofrimento adiado e com as calculadoras a ganhar pó!

Seis pontos em seis possíveis dão esperança à nação no arranque deste Euro 2024, mas ainda há céticos. Estará a seleção no caminho certo? Será candidata ao título? Para espalhar a fé, nada melhor do que somar mais três frente à Geórgia, num jogo que se apresenta como uma espécie de prova dos nove.

Portugal pleno?

Ver Portugal tão confortável tem até um elemento de estranheza. Porém, mesmo quando a memória dos torneios mais recentes nos leva em sentido contrário, vale a pena recordar que este cenário não é inédito...

Foi assim em 2008, curiosamente também com vitórias frente à Chéquia e Turquia. Nessa ocasião, a seleção nacional fechou o grupo com uma derrota frente à Suíça, de maneira que o exemplo a seguir é o do Euro 2000, onde um hat-trick de Sérgio Conceição contra a Alemanha (3-0) encerrou a única fase de grupos imaculada de que há memória em Portugal.

Na procura por essa boa marca dos nove pontos, Portugal vai até Gelsenkirchen. Uma cidade que bem conhece e onde foi feliz no Mundial de 2006, com vitórias sobre o México (2-1) e Inglaterra (0-0; 3-1 g.p). Claro que essa memória não pertence a todos. Afinal, da comitiva lusa, e se excluirmos elementos da equipa técnica, só Cristiano Ronaldo esteve presente!

Agora, 18 anos depois, o capitão voltará a entrar em campo como titular. De resto, sabemos apenas que Diogo Costa estará na baliza, assim como nos primeiros dois jogos.

Não se espera uma revolução no onze de Roberto Martínez, que é um confesso adepto da continuidade e tem à disposição 25 dos 26 convocados - Rafael Leão, suspenso por acumulação de amarelos, é a exceção -, mas dificilmente não teremos novidades. João Félix, por exemplo, é um dos jogadores que espreita os primeiros minutos na competição.

Geórgia em busca de uma noite histórica

«Antes da competição, se alguém dissesse que ainda poderíamos qualificar-nos à entrada para o último jogo...» 

A frase é de Willy Sagnol, em antevisão ao duelo desta quarta-feira, e merece reflexão do lado luso.

Enquanto portugueses, é fácil olhar para este jogo com alguma indiferença, sendo garantidamente o mais inconsequente de toda a competição. Do ponto de vista georgiano, trata-se de uma das noites mais importantes na história do desporto nacional!

Falamos de uma seleção estreante em fases finais, que este fim de semana conquistou, frente à Chéquia (1-1), o seu primeiro ponto nos grandes palcos! Contra Portugal, que só defrontou num particular em 2008 (2-0), a Geórgia procura um triunfo que seria absolutamente histórico, até porque significaria a passagem aos oitavos de final.

Kiteishvili pode ser a novidade num onze que voltará a ter como principal destaque uma dupla atacante constituída pelo mago Kvaratskhelia e o goleador Mikautadze. Na baliza, Mamardashvili tratará de frustrar várias iniciativas da seleção portuguesa, num jogo que está longe de ser favas contadas.