A Rússia está a ganhar a guerra? Não, mas também não está a perdê-la

6 meses atrás 54

No terreno, a guerra está em ‘empate técnico’, onde as contas dos ganhos e das perdas se fazem à razão do metro quadrado. Será a frente financeira a ditar uma pequena supremacia de que resultará a possibilidade de a diplomacia cumprir as suas funções. Desde esta quinta-feira, a Rússia ficou a saber que está em regime de economia de guerra.

Antecipar a vitória numa guerra é sempre um exercício que choca com o barulho das armas, mas, do ponto de vista militar, a guerra na Ucrânia está neste momento num quadro de ‘empate técnico’: a frente não se move de forma visível há vários meses a esta parte, a contra-ofensiva ucraniana não surtiu qualquer efeito consistente e, segundo os analistas, tudo tem agora a ver com capacidade de financiamento. Convencida que estava a investir numa vitória fácil, a Rússia avançou resoluta há dois anos atrás, criando várias frentes de combate e tentando estender um certo a Kiev partindo de três pontos geográficos: o leste (pelo Donbass), o sul (a partir da costa do Mar Negro) e o norte (via Bielorrússia. Mas tudo isso foi há muito tempo: o Kremlin subavaliou a ‘raiva’ (talvez sem aspas) com que os ucranianos investiram sobre a potência ocupante, limitaram os danos a Kiev e rechaçaram o poderoso (ou assim se cria) exército russo, acrescentando algumas escaramuças na Crimeia. Mas tudo isso também foi há muito tempo.

Neste momento, há uma guerra de trincheiras que verdadeiramente não evolui para lado nenhum, como chama a atenção o embaixador Francisco Seixas da Costa. Do ponto de vista militar, confirma, não é possível dizer-se com um mínimo de segurança quem irá ganhar ou quem irá perder – sendo certo que, no limite, todos perdem.

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