A Tape não está (definitivamente) morta!

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Há já muito tempo que as tapes, também conhecidas como fitas magnéticas, cartridges ou cassetes, desempenham um papel crucial no mercado da Gestão e Armazenamento de Dados, produção de Áudio e Vídeo. Representam uma das principais formas de armazenamento e arquivo de dados no mundo das Tecnologias da Informação, ao basear-se na tecnologia de fita magnética. Consistem numa base plástica com uma superfície de gravação, onde pigmentos magnéticos (como óxidos de ferro ou cromo) são dispersos. A tecnologia de gravação pode ser longitudinal ou helicoidal, com esta última a permitir uma maior densidade de gravação, embora também imponha desgaste à media e ao equipamento.

Ora, há cerca de uma década, muitas marcas e fabricantes, numa estratégia de marketing para promover os seus novos produtos baseados em disco, lançaram uma campanha (diga-se de passagem, um pouco difamatória) contra as tapes, com o slogan “Tape Is Dead”, que se pode traduzir para “A Tape Morreu”.

Contudo, é um facto que as tapes, não só sobreviveram, como se afirmaram como uma base fundamental para o Backup e Arquivo de dados.

A título de curiosidade, só no ano passado, os fabricantes que estão por trás do padrão Linear Tape-Open (LTO) enviaram 152,9 Exabytes de fitas magnéticas, o que representa um crescimento de 3,14% em relação a 2022. Esta maior procura é impulsionada pela geração rápida e exponencial de dados e pelos requisitos de infraestrutura de empresas e provedores de serviços em nuvem. As fitas magnéticas oferecem alta capacidade e são ideais para armazenar aqueles dados em massa cujo acesso é menos frequente. De forma concreta, esta realidade é mais frequente nas áreas de Backup e Arquivo. No entanto, é importante lembrar que os tempos de acesso e recuperação não são rápidos, e a capacidade real das fitas é menor do que a capacidade comprimida.

Mesmo assim, o uso contínuo de fitas magnéticas demonstra que elas estão longe de ser uma recordação de tempos passados! Verifica-se que a capacidade de armazenamento destas fitas aumentou exponencialmente a cada nova geração. A atual LTO-9 (disponível desde 2020) possui uma capacidade de armazenamento nativa de 18TB ou 45TB com compressão.

A título informativo, eis um facto curioso: o consórcio LTO já anunciou que a próxima geração 12 (com data de lançamento ainda por definir) terá uma capacidade incrível de 144TB nativa e 360TB com compressão.
As tapes são usadas para armazenamento de dados há mais de 50 anos e vão continuar a existir, não apenas para Backup e Arquivo de dados, mas também como uma forma importante de proteção contra possíveis ataques de ransomware. É interessante notar que as fitas magnéticas também são usadas para arquivo de dados a longo prazo, especialmente em setores como o audiovisual, onde a preservação histórica é crucial. Estas oferecem durabilidade e resistência a condições adversas, como humidade e temperatura. Além disso, tal como já referido, a capacidade de armazenamento das fitas magnéticas continua a aumentar com o tempo, o que as torna numa opção viável para empresas e organizações que precisam manter grandes volumes de dados por muitos anos.

Estejamos, pois, certos que AS TAPES ESTÃO DEFINITIVAMENTE VIVAS, de boa saúde e com longevidade anunciada.

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