A versão Schmidt de Salzburg: «Era muito explosivo e um pouco agressivo»

9 meses atrás 65

Sob o leme de Roger Schmidt, em 2013/2014, Florian Klein - internacional pela seleção austríaca por 45 vezes - foi peça chave na primeira conquista do técnico alemão, enquanto treinador profissional.

Florian Klein
Red Bull Salzburg
Total

56 Jogos  4342 Minutos

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Klein conquistou o campeonato austríaco e, não menos importante, foi parte essencial do começo de uma hegemonia. De resto, nas últimas dez épocas, na Áustria, mais ninguém conseguiu tocar no ouro. 

Através de uma filosofia ambiciosa - criada por Ralf Rangnickobreiro do projeto Red Bull em Leipzig e Salzburgo -, Schmidt foi fulcral na dinamização do Red Bull Salzburg, pelo que, segundo Klein, o técnico alemão deu início a uma «nova era». 

Posto isto, e tendo em conta a visita do Benfica a Salzburgo, o zerozero contactou o ex-atleta de Schmidt para uma conversa sem filtros sobre o impacto que o alemão teve no clube, a sua «mudança de postura» e o que irá fazer para dar a volta ao mau momento na prova milionária.

«Reparei que ele está mais calmo»

Esta época, Roger Schmidt ainda não venceu na Liga dos Campeões @Getty /

Depois de vários anos na Alemanha, Schmidt - aos 46 anos - aterrou em Salzburgo e, apesar de uma primeira temporada menos conseguida, rapidamente conquistou os adeptos austríacos.

«Quando o Schmidt chegou ao Salzburg ninguém o conhecia. Ele vinha da Alemanha e acabou por ser uma novidade. Contudo, desde o primeiro dia que deu para ver que era um treinador incrível. Principalmente quando estamos a falar de pressing e de defender em zonas altas», começou por introduzir ao nosso portal.

qSe algum jornalista falasse mal de algum jogador era muito explosivo

Florian Klein

«Ele criou um novo estilo de pressing com o auxílio de Ralf Rangnick que, naquele período, era o diretor desportivo. Ambos criaram algo diferente na Áustria. Foi a melhor coisa que aconteceu na Áustria», completou.

Depois de uma época positiva e serena, Schmidt tem vivido uma montanha russa de emoções. Das vitórias importantes contra FC Porto e Sporting, às derrotas na Champions, o técnico alemão nem sempre tem reunido consensualidade entre os adeptos encarnados. Klein, de resto, considera que o técnico alemão tem duas faces: uma dentro de campo e outra fora dele.

Roger Schmidt
Red Bull Salzburg
Total

92 Jogos
63 Vitórias
18 Empates
11 Derrotas

263 Golos
89 Golos sofridos

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«Do ponto de vista pessoal, o Schmidt era um técnico que se interessava pela vida privada dos jogadores, era muito atencioso. Dentro de campo, por sua vez, era uma pessoa muito dura, crítica e direta com os jogadores», sublinhou o ex-jogador do Red Bull Salzburg que participou em 61 jogos sob o comando do treinador das águias.

«Fora do campo ele era uma pessoa muito calma, mas durante os 90 minutos mudava: era muito explosivo e um pouco agressivo. Eu assisti à partida em Lisboa [n.d.r: jogo da primeira jornada entre Benfica - Salzburg] e reparei que ele está mais calmo.»

«Mas, na minha época, ele era muito intenso e procurava sempre proteger os jogadores. Se algum jornalista falasse mal de algum jogador era muito explosivo», revelou o internacional austríaco.

«Muitos treinadores pegaram nas ideias do Roger»

Com 92 jogos realizados ao serviço do RB Salzburg, o treinador natural de Kierspe deixou a sua marca no emblema austríaco. No total, foram 63 vitórias, 18 empates, 11 derrotas e dois troféus: um campeonato e uma Taça da Áustria. No entanto, a maior mudança passou por um aspeto singular: a mentalidade.

@Getty Images

«O Salzburg ganhou muitos troféus [n.d.r: antes de Schmidt], mas a filosofia passava por comprar vários jogadores com muita experiência que jogaram em grandes ligas, como na Bundesliga ou Premier League. Depois, a chegada de Schmidt e Rangnick alterou o projeto do clube. A ideia do clube passou em contratar jovens jogadores em início de carreira, que estivessem motivados e com capacidade para jogar num sistema de alta intensidade e com 'muita correria'», elucidou.

«Foi introduzido um novo estilo e foi o começo de uma nova era no Salzburg. Quando ele saiu, muitos treinadores pegaram nas ideias do Roger», patenteou o ex-jogador que venceu dois troféus sob o comando de Schmidt.

Em relação ao jogo, Florian Klein realçou a imprevisibilidade do grupo e destacou a qualidade individual do Benfica.

«Será muito complicado, mas neste grupo tudo é possível. Na primeira jornada, eu recordo-me de ter dito para uma estação televisiva austríaca que seria o jogo mais difícil do Salzburg na fase de grupos... e eles venceram [risos]», recordou o austríaco que, sublinhe-se, prevê um Benfica «muito agressivo».

«Roger Schmidt deverá trazer uma equipa muito agressiva e, claro, com os melhores jogadores, como o Di María, João Mário. Ambos conseguem 'jogar sozinhos' e são capazes de decidir um jogo do momento para o outro. Será muito interessante porque eles precisam de ganhar por 0-2 e o Salzburg, normalmente, quando tem espaço, é uma equipa forte», finalizou.

RED BULL SALZBURG

EMPATE

BENFICA

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