Abandono escolar aumentou em 2023, Ministério da Educação diz que 2021 e 2022 foram "anos atípicos"

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O abandono escolar precoce em 2023 aumentou 1,5 pontos percentuais, fixando-se nos 8% e quebrando a tendência gradual de diminuição que se registava desde 2017, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

Em reação a estes números, o Ministério da Educação explicou esta quinta-feira que 2021 e 2022 foram “anos atípicos tanto no abandono escolar como nas taxas de sucesso” e que, comparando o ano passado com 2020, continua a haver menos abandono precoce, ou seja, menos jovens entre os 18 e os 24 que deixaram de estudar sem concluir o secundário e não estão em formação.

Questionado pela Lusa sobre os eventuais motivos para este aumento, o gabinete do ministério da Educação explicou que o INE teve de rever em alta os números de 2021 e 2022, “tendo em conta que o método de recolha apenas por telefone terá levado a uma subestimação do valor”.

Se em 2020, o abandono estava nos 9,1%, nos dois anos seguintes desceu para 6,7% e 6,5%, respetivamente, segundo os quadros do INE.

“Não obstante, regista-se um aumento da taxa de abandono coerente com outros dados existentes sobre o desempenho dos alunos na série desde 2020”, afirma o ME.

O ministério reconhece que “2021 e 2022 foram anos atípicos tanto no abandono escolar como nas taxas de sucesso”, tendo ambos melhorado naqueles dois anos e “piorado no ano seguinte”.

Por isso, a tutela retira esses dois “anos atípicos” e compara 2023 com 2020 para concluir que “a tendência portuguesa se mantém”, voltando a registar-se “uma redução anual da taxa de abandono escolar precoce de cerca de 1% a 1,5% por ano, superior à média europeia”.

"A diversificação de percursos no ensino secundário e a deteção precoce de dificuldades, inerente às estratégias do Programa Nacional para a Promoção do Sucesso Escolar”, levou a um aumento de alunos no ensino secundário, acrescenta o ME.

Na resposta à Lusa, o ministério salienta ainda que Portugal manteve níveis de abandono escolar precoce abaixo da média europeia e foi “um dos países que mais rapidamente reduziu esta taxa”.

Os rapazes continuam a ter taxas muito superiores de abandono escolar quando comparadas com as raparigas, uma vez que quase um em cada dez deixa de estudar antes do tempo.

O Algarve continua a ser a região de Portugal continental com mais problemas, por oposição ao norte do país, onde menos alunos deixam a escola precocemente.

Em 2016, 14% dos jovens portugueses deixavam de estudar antes do tempo, ou seja, o dobro dos números atuais registados no continente.

Em 2020 chegou aos 8,9%, tendo ficado abaixo do objetivo traçado para esse ano e, pela primeira vez, abaixo da média europeia.

A União Europeia estabeleceu como meta para 2030 uma taxa de abandono escolar precoce abaixo dos 9%.

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