Abertura do Pavilhão Julião Sarmento agendada para 4 de novembro

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Carlos Moedas falava aos jornalistas nos Paços do Concelho, onde fez um balanço dos projetos e das atividades culturais da cidade de Lisboa, dois meses depois de ter assumido a pasta da Cultura na autarquia, adiantando ainda que a coleção municipal de arte contemporânea, que tem vindo a ser expandida com aquisições recentes, como tem acontecido na ARCOlisboa, irá ter um espaço próprio a partir do próximo ano.

Quanto ao Pavilhão Julião Sarmento, segundo o autarca, vai dar a conhecer "uma coleção de grande qualidade, com obras de artistas nacionais e internacionais", lembrando que na zona de Belém as artes plásticas "têm uma grande oferta" de espaços atualmente.

O antigo armazém de alimentos na Avenida da Índia, em Belém, transformado depois num Pavilhão Azul, vai receber o espólio do artista que nasceu precisamente a 4 de novembro 1948, e veio a falecer em 2021.

De acordo com Carlos Moedas, a curadora Isabel Carlos possui um "vastíssimo currículo", tendo sido escolhida por um júri composto pelo presidente da empresa municipal Lisboa Cultura anteriormente designada EGEAC -- Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, Pedro Moreira, pelo administrador do Centro Cultural de Belém Delfim Sardo e pela diretora das Galerias Municipais e do Atelier-Museu Júlio Pomar, Sara Antónia Matos.

Crítica de arte e curadora, Isabel Carlos foi cofundadora e subdiretora do Instituto de Arte Contemporânea, diretora artística da Bienal de Sydney, na Austrália, e diretora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Em 2021, entrou para o conselho de administração da Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva.

Em fevereiro foi assinado o acordo de parceria entre a EGEAC e a Coleção Associação Julião Sarmento e, na ocasião, Luís Sáragga Leal, da Associação Coleção Julião Sarmento, explicou tratar-se de "uma coleção notável de mais de 1.200 obras dos principais artistas nacionais, mas também muitos internacionais, e tem como fio condutor o facto de serem amigos do Julião Sarmento".

A ideia de doar este acervo à Câmara Municipal surgiu depois de o artista plástico ter exposto parte da sua coleção, em 2015, na mostra "Afinidades Eletivas", dividida entre o então Museu da Eletricidade, integrado no atual Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), e na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa.

Ainda em vida, Julião Sarmento considerou que o Pavilhão Azul seria "perfeito", pela localização no eixo museológico de Belém.

Anunciado em 2017, o projeto de recuperação do edifício surgiu na sequência da assinatura de um protocolo de parceria entre o artista visual e a autarquia, tendo sido em fevereiro assinada uma nova parceria.

A coleção de Julião Sarmento inclui obras de Joaquim Rodrigo, de quem Sarmento foi assistente, e de outros artistas portugueses que cruzaram a sua vida, como Álvaro Lapa, Eduardo Batarda, Jorge Molder, Rui Chafes, João Vieira, Rui Sanches, Pedro Cabrita Reis, Fernando Calhau, Rui Toscano, Alexandre Estrela, Vasco Araújo.

Artistas estrangeiros também estão representados na coleção privada, como Andy Warhol, Marcel Duchamp, Robert Frank, James Turrell, Jeff Wall, Wolf Vostell, Cindy Sherman, Nan Goldin, Adriana Varejão e Marina Abramovic.

Durante o encontro com os jornalistas, Carlos Moedas revelou também a pretensão de começarem a ser expostas "já no ano que vem" as obras de arte que têm vindo a ser compradas pela autarquia, por exemplo na ARCO (Feira de Arte Contemporânea de Lisboa), num espaço próprio.

"A ideia é ter um museu para estar permanentemente expostas num polo museológico. Já há uma equipa que está a definir e a escolher o melhor sítio que poderá ser junto das galerias municipais", disse o autarca.

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