Acordo com o Chega? Bolieiro recusa colar-se ao "não é não" de Montenegro

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Entrevista

02 fev, 2024 - 19:49 • Tomás Anjinho Chagas

"Não falarei das opções dos outros". O líder do PSD-Açores não descarta um novo acordo de incidência parlamentar com o partido de André Ventura, mas se ganhar as eleições deste domingo só leva o CDS e o PPM para o Governo, "ponto final".

Acordo com o Chega? Bolieiro recusa colar-se ao "não é não" de Montenegro

Numa curta entrevista à Renascença, no final de uma arruada em Ponta Delgada, o social-democrata José Manuel Bolieiro disse que tem uma "opção clara e objetiva" para as eleições regionais de domingo: continuar "uma solução não socialista" no Governo dos Açores.

Na reta final da campanha eleitoral para as eleições regionais de domingo, o líder do PSD-Açores lamenta que as oposições se tenham ocupado a "denegrir" a "imagem da governação" e da coligação PSD-CDS-PPM.

Estamos no último dia da campanha. Que balanço faz e sente que se falou pouco de políticas concretas durante estes 15 dias?

Faço um balanço muito positivo da campanha que desenvolvi e liderei. Uma campanha de proximidade, uma campanha com a afirmação das ideias e da agenda de governação para o esclarecimento cívico que achei muito importante fazer e igualmente uma campanha de sucesso, mobilizadora, porque tive a sorte de poder apresentar trabalho feito e ter recebido a boa adesão das pessoas aos resultados das políticas públicas que desenvolvi na minha governação. Tenho um sentimento de satisfação e até mesmo de incentivo à continuidade para não andar para trás.

Senti, no entanto, que os meus adversários, que, em coligação negativa, derrubaram o Governo, rejeitando um Orçamento e que anteciparam as eleições, só fizeram uma campanha a denegrir a imagem da governação e a imagem da minha candidatura. Penso que isso revela bem a incapacidade que têm de se apresentarem pela positiva. Na verdade, é mais a negatividade que os junta e move do que, propriamente, a positividade do projeto que lidero, que é mostrar com honra e cabeça erguida a governação que desenvolvi, as medidas e os resultados obtidos e a inovação e a criação que apresento com a nova agenda de governação para o novo ciclo de uma década que apresento ao eleitorado.

Se aqui nos Açores, como já admitiu o PSD, fizerem um entendimento com o Chega, como fez em 2020, tendo em conta que mudou o líder do PSD nacional, isso não será uma contradição para Luís Montenegro?

Não falarei das opções dos outros. Falarei da minha e a minha opção é clara e objetiva. Entendo que a interpretação do povo, que decidiu nas eleições de 2020, foi no sentido de encontrar uma governação não socialista, acabar com 24 anos consecutivos de uma governação socialista e apostar numa alternativa não socialista com uma alternância sob a liderança do PSD com o CDS e com o PPM na governação e acordos de incidência parlamentar para garantir a estabilidade da legislatura.

Infelizmente, mesmo estes acordos, revelados de alguma inconsistência e instabilidade dos próprios, nem sequer permitiu garantir a legislatura até ao fim. Portanto, hoje continuo movido por um projeto de governação, de continuidade nesta solução não socialista apenas com a liderança do PSD, a inclusão na coligação de Governo do CDS e do PPM, ponto final. E é este o meu exercício prático, até agora, e o meu compromisso para o futuro da governação e que contarei com o apoio do povo.

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