Acordo do PSD com o Chega nos Açores? "Não passa pela minha perspetiva"

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O líder do Partido Social-Democrata (PSD) dos Açores e recandidato nas eleições regionais de domingo, José Manuel Bolieiro, afastou, hoje, um eventual acordo de governação com o Chega, na sequência do sufrágio para a Assembleia Regional.

Em entrevista à CNN Portugal, Bolieiro foi claro sobre a possibilidade deste acordo: "Não passa pela minha perspetiva".

"Não passa, muito menos por um acordo para a governação", considerou, afirmando que, ao contrário da "curiosidade geral da comunicação social, que vê sempre o Chega como um fantasma", vê "sobretudo o povo como um anjo".

"Uma coisa é clara: não aceito chantagens. Não considero que quem se apresenta em democracia para submeter-se à vontade soberana do povo promova qualquer chantagem. Repudio qualquer chantagem", disse ainda, relativamente a eventuais reivindicações do Chega para marcar presença num hipotético Governo Regional do PSD.

Questionado sobre se irá ligar a José Pacheco, candidato do Chega no arquipélago, na noite das eleições, Bolieiro retorquiu: "Não, vou ligar é ao povo e ao eleitor. Até porque o que recebi da parte também do Chega, infelizmente, foi um rasgar de acordos. Isto significa, para a compreensão do povo, que a fiabilidade e a coesão está exclusivamente na coligação PSD-CDS-PPM, e é com esta que conto".

Em 2020, o Partido Socialista (PS) venceu nos Açores, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a Iniciativa Liberal (que o rompeu em 2023). PS, Bloco de Esquerda (BE) e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

No ano passado, depois de ter votado favoravelmente os três primeiros Orçamentos Regionais da legislatura, o Chega - já reduzido a um deputado, depois de o outro se ter tornado independente - absteve-se na votação do Plano e Orçamento para 2024.

O documento, que recebeu os votos contra do PS e do BE e também a abstenção do PAN, acabou chumbado, levado o Presidente da República a dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro.

Onze candidaturas estão na corrida, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM, ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

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