"A nossa expectativa para estas eleições é recuperarmos a representação parlamentar", disse à Lusa Marco Varela, líder do PCP nos Açores.
"É tempo de dar voz ao povo açoriano, é tempo de pôr um ponto final na política de direita e na coligação de direita [PSD/CDS-PP/PPM] que tem governado [os Açores] nos últimos três anos, quase quatro anos", acrescentou.
Segundo o dirigente comunista, "a CDU está pronta para ir a eleições" e "é importante" que a coligação tenha mais força, "porque o que a vida demonstra é que quando o PCP e a CDU avançam, a vida das pessoas avança".
Marco Varela destacou ainda que a CDU pretende ter assento no parlamento regional para combater "o aumento de injustiças e desigualdades", dando "resposta aos problemas concretos das pessoas".
"Na nossa opinião, passa pelas questões do aumento dos salários, a defesa e o reforço do Serviço Regional de Saúde, da educação, dos transportes aéreos - interrompendo, pondo um ponto final, à privatização da SATA internacional -, o reforço dos transportes marítimos e terrestres", afirmou, defendendo uma "alternativa política com um projeto ancorado no desenvolvimento de todas as ilhas de forma harmónica".
O Presidente da República anunciou hoje a dissolução da Assembleia Legislativa dos Açores e marcou eleições regionais antecipadas para 04 de fevereiro, decisão que obteve parecer favorável de Conselho de Estado.
Em 30 de novembro, o Presidente da República ouviu os partidos representados no parlamento açoriano, na sequência do chumbo do orçamento regional para 2024.
Em 2020, o PS, que governava os Açores há 24 anos, ganhou as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta no parlamento.
PSD, CDS-PP e PPM formaram uma coligação pós-eleitoral e, com acordos parlamentares com Chega e Iniciativa Liberal, o líder do PSD/Açores foi indigitado presidente do Governo Regional.
O resultado da coligação PCP-PEV (CDU) foi insuficiente para manter representação no parlamento regional dos Açores (obteve 1.741 votos ou 1,74% dos votos validamente expressos).
Em março, o deputado único da IL e o deputado independente (ex-Chega) romperam os acordos de incidência parlamentar.
As propostas de plano e orçamento da região para 2024 foram chumbadas em novembro com os votos contra de PS, BE e IL (28 deputados) e a abstenção de CH e PAN (dois), contando apenas com os votos favoráveis de PSD, CDS-PP, PPM e deputado independente (27).
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