O líder regional do Chega nos Açores disse na quinta-feira que o partido não precisa da "publicidade do PS" na campanha para as legislativas do arquipélago e afirmou que o único acordo que tem é com o povo açoriano.
José Pacheco, que é cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e da compensação nas eleições de domingo, referiu que o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro - ex-presidente do Governo Regional e também candidato - "todos os dias fala no Chega".
Em tom irónico, discursando num jantar com militantes em Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, o dirigente disse que o orçamento da campanha não é muito grande, mas permite dispensar um contributo socialista.
"Vasco Cordeiro, nós não precisamos da publicidade do PS, nós temos o nosso dinheiro, nós fazemos. Esqueça-nos, não fale no Chega todos os dias. Não é isso que lhe vai dar votos", avisou.
Este ano, o líder do Chega, André Ventura, reconheceu que a ambição nestas regionais é formar um governo à direita, desde que a coligação assuma compromissos. O líder da estrutura regional do PSD, José Manuel Bolieiro, que governa o executivo e é novamente candidato, disse, contudo, que não faz parte do seu "cenário" integrar o partido de Ventura num futuro Governo Regional.
Também presente no jantar, André Ventura - candidato às legislativas nacionais de 10 de março - sublinhou que o país precisa de mudança, inclusive devido à corrupção instalada em instituições públicas, e que não se surpreendeu, por exemplo, com a investigação judicial que levou na semana passada à detenção do presidente do Governo da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque.
Ventura falou aos militantes e simpatizantes de questões sobre as quais já se pronunciou noutras ocasiões, como os custos do Imposto Municipal sobre Imóveis - "um imposto absolutamente estúpido" - ou a falta de atribuição do complemento já dado à PJ a outras forças de segurança, como tem sido reivindicado pelos profissionais do setor.
O dirigente disse ainda que os Açores têm uma importância especial para o partido, porque foi na região que o seu crescimento ficou evidente, após a eleição de um deputado para a Assembleia da República em 2019: "Eis que surgiram as primeiras eleições a seguir a 2019, foram precisamente as legislativas regionais dos Açores. Os comentadores diziam todos agora é que se vai ver como o Chega vai desaparecer` (...). Não só fizemos a eleição de um deputado, como fizemos de um grupo parlamentar."