Açores. Novo secretário regional das Pescas é "muito conhecedor do setor"

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Mário Rui Pinho, que ocupava o cargo de diretor regional de Políticas Marítimas, substituiu Manuel São João no cargo de secretário Regional do Mar e das Pescas no XIV Governo açoriano que tomou posse na segunda-feira, no parlamento regional, na cidade da Horta, na ilha do Faial.

"[O novo governante] é uma pessoa muito conhecedora do setor da pesca. É uma pessoa que tem a noção do que o setor necessita", disse hoje à agência Lusa Jorge Gonçalves, presidente interino da Federação das Pescas dos Açores.

No entanto, segundo o responsável, "por vezes, o plano do Governo é que delineia toda a operação do secretário".

"Esperamos que, de facto, ele também tenha a capacidade de ter um bom diretor regional, de escolher um bom diretor regional, porque isso é essencial para o desempenho de toda a legislatura, de todo o seu trabalho, e esperamos que faça um bom trabalho", salientou.

Jorge Gonçalves considerou ainda que Mário Rui Pinho "tem todas as condições de conhecimento" para fazer um bom trabalho.

"Da nossa parte, da Federação, estamos aqui como sempre estivemos, em colaboração com todos os secretários [com] quem temos trabalhado, sempre em benefício do setor. Vamos esperar que as políticas sejam implementadas e depois vamos trabalhar em conjunto", declarou.

Quanto ao Programa do Governo para o setor das pescas, Jorge Gonçalves disse estar expectante, porque deste documento é que sairão "todas as linhas orientadoras" para a legislatura.

O dirigente disse também esperar que o novo executivo de coligação, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, "tenha uma nova estratégia e uma nova visão que vá ao encontro das expectativas do setor", garantindo a sustentabilidade dos recursos, "desde o extrativo ao comercial e transformador".

Ao executivo açoriano pediu que pense o setor de forma diferente, alegando que as pescas "não podem ser geridas a curto prazo" e têm de ser vistas de uma forma diferente: "Tem que haver, no meu entendimento, [...] um pacto de regime, tendo em conta as circunstâncias e as especificidades que o setor tem", indicou.

Jorge Gonçalves defendeu igualmente que haja "uma maior proximidade ao setor" e "mais diálogo" por parte do Governo Regional.

Entre os problemas que carecem de resolução, o respondável apontou a melhoria do transporte interilhas para que exista escoamento de pescado: "Se não tivermos transportes em condições, não conseguimos escoar os nossos produtos e também eles não serão valorizados", lembrou.

A Federação das Pescas dos Açores salientou ainda a necessidade da revisão do processo das áreas marinhas protegidas, que ficou suspensa devido à queda do executivo anterior.

O presidente interino referiu também que espera que o setor não fique prejudicado com o ordenamento do espaço marítimo (em discussão até 28 de março) e defendeu que o novo Governo Regional "terá que olhar para a Inspeção Regional das Pescas de uma forma diferente".

Com a entrada em funções, o XIV Governo Regional dos Açores tem agora até 10 dias para entregar, no parlamento regional, o seu programa, documento que contém as principais orientações políticas e as medidas a propor para a legislatura.

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