AD rejeita ter "medo de debater" e diz que indicou Nuno Melo para representar coligação com CDU e Livre

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A Aliança Democrática diz que indicou "desde a primeira conversa" com os canais de televisão que seria o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, a representar a coligação nos debates com o Livre e a CDU, "à semelhança do que aconteceu em 2015".

O PCP acusou esta quarta-feira o líder do PSD, Luís Montenegro, de querer "fugir ao debate" com Paulo Raimundo, agendado para este sábado na RTP-1, pretendendo enviar o presidente do CDS, Nuno Melo, em sua representação.

Contactado pela Lusa, o diretor de campanha da AD, Pedro Esteves, refere numa declaração escrita que "a Aliança Democrática e o seu líder não têm medo de debater com ninguém".

"Por isso, não recusaram nenhum dos debates propostos. Nem na televisão nem na rádio", acrescenta, numa alusão à recusa do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de um segundo frente a frente com Luís Montenegro nas rádios, além do debate televisivo já marcado para dia 19.

No entanto, o diretor de campanha da AD esclarece que, "tal como acertado desde a primeira conversa com o representante dos canais de televisão, a coligação AD faz-se representar em todos os debates pelo presidente do PSD, com exceção daqueles que opõem a AD ao Livre e à CDU, onde a representação da coligação Aliança Democrática ficará a cargo do Presidente do CDS, à semelhança do que aconteceu em 2015".

O Diário de Notícias noticiou esta tarde que o PSD pretende que Luís Montenegro seja substituído por Nuno Melo nos debates com a CDU e com o Livre (agendado para 17 de fevereiro).

A coligação Aliança Democrática para as legislativas antecipadas de 10 de março é composta por PSD, CDS-PP e PPM, sendo que nem democratas-cristãos nem monárquicos conseguiram representação parlamentar na atual legislatura.

Nas eleições de 2015, a coligação Portugal à Frente era composta por PSD e CDS-PP (ambos com assento parlamentar na legislatura anterior) e foi o presidente dos democratas-cristãos, Paulo Portas, a representar a PaF nos debates com a CDU (que respondeu enviando Heloísa Apolónia, do PEV, e não o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa) e com o BE, que foi feito pela coordenadora Catarina Martins.

Ainda esta quarta-feira de manhã, o presidente do PSD tinha manifestado "disponibilidade total" para mais debates com o líder do PS, que recusou um segundo frente a frente nas rádios, salientando que a escolha "à cabeça" nestas legislativas é a do primeiro-ministro.

Montenegro respondeu que, "mais do que criticar essa postura" de Pedro Nuno Santos, preferia apontar a sua.

"A minha é disponibilidade total, eu estou aqui para dizer às pessoas o que quero fazer enquanto líder de um Governo, do ponto de vista económico, social, da melhoria de condições de vida das pessoas e de um projeto de crescimento de ambição", afirmou.

O líder do PSD considerou que "todas as oportunidades são boas" para fazer esse confronto de ideias, mas admitiu que "cada um tem a sua estratégia", dizendo não se querer imiscuir na do PS.

"Se há debate que interessa aos cidadãos -- sem menosprezo pelos outros candidatos --, mas entre todas as decisões que os portugueses tomam nas legislativas há uma que está à cabeça, que é decidir quem é o primeiro-ministro, e aí só há dois candidatos: o líder da AD e o líder do PS", disse.

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