Afinal, a resposta para o transporte pesado é o hidrogénio líquido?

7 meses atrás 99

A questão da descarbonização mobiliza uma série de soluções, que se veem adaptadas às especificidades de cada setor. O dos pesados tem estado a desbravar alternativas e a Mercedes diz, agora, ter encontrado a resposta: hidrogénio líquido.

Hidrogénio líquido - Daimler Truck

Conforme vemos, com frequência, os sistemas elétricos são a aposta de muitas empresas, que já começaram a desenvolver soluções eletrificadas para responder à descarbonização da mobilidade ligeira. Para os transportes pesados, a questão é mais complexa e, por isso, tem sido dada mais relevância ao hidrogénio, ainda que não consensualmente.

Agora, a Daimler está a trabalhar num sistema que permite longas distâncias e tempos de reabastecimento rápidos, substituindo o hidrogénio gasoso por um sistema sLH2 que utiliza hidrogénio líquido.

Hidrogénio líquido para abastecer transporte pesado

Em parceria com a Linde Engineering, a Daimler desenvolveu o sistema de reabastecimento que será utilizado na primeira estação de reabastecimento na fábrica da Mercedes-Benz, em Wörth am Rhein, na Alemanha.

Segundo a fabricante, o hidrogénio líquido oferece várias vantagens, relativamente à célula de combustível tradicional, como uma maior densidade de armazenamento, o que aumenta a autonomia por reabastecimento.

Hidrogénio líquido - Daimler Truck

A par disso, o tempo de reabastecimento é encurtado. A nova estação de reabastecimento sLH2 pode reabastecer um camião pesado de 40 toneladas com 80 litros de hidrogénio líquido em cerca de 10 a 15 minutos - o suficiente para percorrer mais de 1000 quilómetros.

Num teste realizado pela Mercedes em estrada aberta e em condições reais, um protótipo conseguiu percorrer 1047 km com um depósito.

Segundo a Daimler, em comparação com a tecnologia tradicional de reabastecimento de hidrogénio líquido (LH2), o novo processo utiliza uma bomba sLH2 para aumentar ligeiramente a pressão do hidrogénio líquido.

Este método transforma o hidrogénio em hidrogénio líquido subarrefecido (sLH2), que possibilita um processo de reabastecimento muito robusto e estável, reduzindo as perdas de energia durante o reabastecimento.

Hidrogénio líquido - Daimler Truck

Além disso, não é necessária transmissão de dados entre o posto de reabastecimento e o veículo, reduzindo, também, a complexidade do processo.

Para descarbonizar o transporte, precisamos de três fatores: a bateria certa para os camiões a hidrogénio, a infraestrutura necessária e a paridade de custos entre veículos com emissão zero e a diesel.

Quando se trata de veículos, a transformação está a todo o vapor. Hoje estamos a atingir um marco importante na infraestrutura de hidrogénio: graças à norma sLH2, o reabastecimento com hidrogénio é tão fácil como com diesel - em cerca de 10 a 15 minutos o depósito está cheio para uma autonomia superior a 1000 km.

Disse Andreas Gorbach, membro do conselho de administração da Daimler Truck AG e responsável pela tecnologia de camiões, apelando para que outras fabricantes e empresas de infraestruturas "sigam a nossa abordagem e trabalhem em conjunto para tornar esta tecnologia o padrão da indústria".

De facto, umas das desvantagens deste hidrogénio líquido é a ausência de uma rede de abastecimento. Sendo uma alternativa nova, a infraestrutura terá de começar do zero e, por enquanto, não é viável sem que outras fabricantes e empresas se juntem.

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