A Ucrânia anunciou esta segunda-feira a intenção de construir quatro novos reatores nucleares na central de Khmelnytsky, no oeste do país, já em 2024. O objetivo de Kiev é compensar a perda da central nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa, ocupada pelas forças russas desde março de 2022.
Com o plano ucraniano de construção de novos reatores, esta central tornar-se-ia "a maior da Europa e ainda mais potente do que a central de Zaporizhia", vincou o ministro da Energia, Guerman Galushchenko.
O responsável explicou que o plano serve como "mecanismo de compensação" pela perda da central de Zaporizhia, no sul da Ucrânia.
Galushchenko mostrou-se, porém, confiante de que Kiev acabará por recuperar o controlo dessa central, ainda que seja "impossível" prever o estado em que as instalações se encontrarão.
Antes da guerra na Ucrânia, a central de Zaporizhia produzia 20 por cento da eletricidade do país. Desde fevereiro de 2022, foi várias vezes alvo de ataques e sofreu cortes de energia devido aos combates entre as tropas inimigas. Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente de tentar provocar uma catástrofe na central.
Reatores mais resistentes a cortes de energiaA central elétrica de Khmelnytsky, que o Governo do presidente Volodymyr Zelensky quer aumentar, está situada no oeste da Ucrânia, zona em que a guerra tem sido menos violenta. Ainda assim, as instalações são regularmente alvo de ataques russos.
O último conflito de maiores dimensões no local aconteceu em outubro do ano passado, quando um ataque atingiu uma zona próxima da central nuclear, provocando a explosão das janelas de alguns edifícios.
O plano anunciado esta segunda-feira pela Ucrânia prevê a instalação de dois reatores VVER-1000, de fabrico soviético, e de dois AP1000, construídos em colaboração com a empresa norte-americana Westinghouse.
Segundo o Ministério da Energia, "a construção levará tempo", sendo que um dos novos reatores VVER-1000 poderá entrar em funcionamento dentro de "dois anos e meio", na melhor das hipóteses.
O Governo ucraniano frisou ainda que o reator AP1000, mais moderno, é mais resistente aos cortes de energia e pode, por isso, ser uma boa solução contra os ataques russos.
Impasse na margem do rio Dnipro
Entretanto, no terreno, não há sinais de tréguas. Esta segunda-feira, o exército ucraniano disse estar a tentar "alargar" a sua posição na margem esquerda do rio Dnipro, ocupada pelo exército russo, apesar dos intensos ataques de Moscovo.
"As forças de defesa da Ucrânia prosseguem os esforços para alargar a sua posição na margem esquerda do rio Dnipro, na região de Kherson", declarou o Estado-Maior do Exército no seu ponto de situação diário.
"Apesar das pesadas perdas, o inimigo continua a tentar expulsar as nossas unidades das suas posições", acrescentou, referindo "oito operações russas de assalto falhadas" na véspera.
Na noite de domingo, numa nova série de ataques aéreos, a Rússia disparou oito drones, um míssil balístico Iskander e três mísseis S-300 contra a Ucrânia, avançou a Força Aérea ucraniana no Telegram.
Segundo Kiev, os oito drones foram abatidos no sul, centro e oeste do país, a centenas de quilómetros da linha da frente.
c/ agências