"Alegações falsas". OMS nega acusações de "conluio" com o Hamas

Numa publicação na rede social X, o chefe da OMS afirmou que as "alegações falsas são prejudiciais e podem pôr em perigo os seus funcionários que arriscam a vida para servir os mais vulneráveis”.

“Como agência das Nações Unidas, a OMS é imparcial e trabalha pela saúde e bem-estar de todas as pessoas”, escreveu Tedros Ghebreyesus.

A mensagem do diretor-geral da OMS na rede social X surge uma resposta às acusações da representante permanente de Israel junto das Nações Unidas em Genebra, Meirav Eilon Shahar.

Na quinta-feira, na reunião do Conselho Executivo da OMS em Genebra, Meirav Eilon Shahar acusou a agência das Nações Unidas de ignorar os factos apresentados por Israel: “O Hamas militarizou toda a zona civil da Faixa de Gaza como parte de uma estratégia premeditada; são factos inegáveis que a OMS prefere ignorar repetidamente”, referiu na altura.

Israel acusa o Hamas de estar a aproveitar a proteção especial das instalações de saúde conferida pelas leis da guerra para usar os hospitais como locais para esconder armas e lançar ataques. O movimento islâmico nega as acusações.

“Mesmo quando foram apresentadas provas concretas do que estava a acontecer no subsolo e à superfície, armas, quartéis-generais, salas fechadas, a OMS optou por fechar os olhos, colocando em perigo aqueles que deveria proteger”, disse Meirav Eilon Shahar.

Questionado sobre as provas apresentadas por Israel a 21 de dezembro, Richard Peeperkorn, o representante da OMS nos territórios palestinos ocupados, garantiu que a organização não estava “em condições de verificar a forma como cada hospital era utilizado”.

“O papel da OMS é monitorizar, analisar e relatar... Não somos uma organização de investigação”, acrescentou Richard Peeperkorn.

De recordar que a guerra foi iniciada com o ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro. Segundo uma contagem da agência France Presse baseada em dados oficiais, o ataque provocou 1.140 mortos, na sua maioria civis.