Amadeu Guerra? Partidos elogiam currículo "inatacável"

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A escolha de Amadeu Guerra para novo procurador-geral da República caiu bem entre os partidos da oposição. Maior parte da oposição lamenta não ter sido consultada por Montenegro, mas elogia a escolha. Criticam a forma, não o conteúdo.

Como reagiram os partidos à nomeação do sucessor de Lucília Gago, que no último ano colocou o Ministério Público no centro do debate depois de um processo judicial ter levado à queda do governo de António Costa?

Chega fala em "boa escolha"

O Chega acredita que Amadeu Guerra foi uma "boa escolha" para a Procuradoria Geral da República porque a sua "competência, capacidade de trabalho e independência nunca foi colocada em causa ao longo de um percurso que é vasto".

Pela voz de André Ventura, o partido espera que o recém nomeado magistrado "consiga cumprir funções importantíssimas que o Ministério Público tem hoje em mãos, não só em vários processos que já estão em curso, como no combate ao flagelo da corrupção”.

Apesar dos elogios, o presidente do Chega lamenta que o Governo esteja a criar um "clima de crispação política" ao voltar a não falar com a oposição para tomar decisões importantes como esta.

PCP espera que Amadeu trave "turbulência" no MP

O experiente deputado do PCP, António Filipe, elogia o trajeto profissional de Amadeu Guerra e espera que esta renovação ajude a baixar a temperatura em torno do Ministério Público.

"Esperamos que o Amadeu Guerra esteja em condições de poder acalmar a turbulência que se tem vivido nos últimos tempos relativamente à atuação do Ministério Público. Portanto, só temos de desejar as melhores felicidades no início do seu mandato”, disse aos jornalistas em declarações no Parlamento.

Os comunistas foram o único partido que não criticou Luís Montenegro por não prestar contas à oposição na escolha do novo PGR: "Há uma competência própria do Governo e do Presidente da República – e temos que respeitar essa legitimidade”, justificou António Filipe.

IL destaca "independência" de Amadeu Guerra

Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal elogiou a escolha do governo por considerar que Amadeu Guerra "assegura o padrão de independência necessário” e tem um passado ligado à luta contra a corrupção.

“Uma pessoa que nos merece um primeiro voto de confiança para exercer esta missão, tem um passado ligado ao combate à corrupção, parece-nos uma pessoa, do ponto de vista técnico, juridicamente competente e creio que a justiça no seu todo e a função de Procurador-Geral da República precisa, nesta altura, de tranquilidade para exercer essa função" destaca o líder dos liberais.

A IL foi um dos partidos a condenar a falta de diálogo de Montenegro no processo de escolha do novo PGR.

Livre quer "novo paradigma"

Rui Tavares, líder do Livre espera que um novo líder da instituição traga uma nova forma de comunicar por parte da Procuradoria Geral da República.

O dirigente pede ao novo procurador que as pessoas não venham a saber de "coisas muito importantes para a nossa vida coletiva através de comunicados".

O Livre também lamentou que não tenha havido uma "consulta prévia" da oposição no processo de escolha do novo PGR.

PSD fala em percurso "inatacável"

O PSD considera inatacável a escolha do Governo e do Presidente da República de Amadeu Guerra para procurador-Geral da República, salienta a sua independência e confia que irá devolver tranquilidade e prestígio ao Ministério Público.

Em declarações aos jornalistas, Hugo Soares fala num "magistrado com um percurso e uma seriedade inatacáveis" e acredita que esta escolha representa um "bom passo na recuperação do prestígio das instituições".

Sobre as críticas dos partidos a Montenegro, Hugo Soares diz que "quando não há mais o que dizer, arranja-se sempre qualquer coisa", desvalorizando.

PAN fala em nome "associado a combate à corrupção"

Pelo PAN, a porta-voz e líder, Inês Sousa Real considera que Amadeu Guerra "é um nome associado não só ao combate à corrupção, a grandes processos de combate à corrupção, à evasão fiscal e até mesmo na proteção de crianças e jovens. Em termos curriculares parece ter o conhecimento necessário".

A deputada foi uma das vozes que criticou o Governo por não ter ouvido a oposição.

BE desafia novo PGR a comunicar melhor

O Bloco de Esquerda quer uma nova forma de comunicar por parte do Ministério Público e espera que o novo procurador-geral contribua para isso.

"Nós queremos desafiar, no sentido construtivo, o novo PGR a virar a página da comunicação. O MP ganharia se tiver um maior papel pedagógico, se explicar mais e falar de viva voz", sublinha Fabian Figueiredo, líder parlamentar bloquista.

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