Amor, beleza e excentricidade num bolo que apetece devorar

6 meses atrás 57

O diálogo entre a histórica casa Viúva Lamego e artistas das mais diversas geografias iniciou-se na década de 1930 e nunca mais parou. O “Bolo de Noiva”, de Joana Vasconcelos é tão-só um dos mais recentes exemplos deste ‘casamento’ entre tradição, modernidade e arrojo criativo.

No princípio era o Verbo. Não, não é isso. No princípio era o Amor. Sim, e também o belo, o inesperadamente guloso e desconcertante bolo que, em vez de uma cobertura glacé, é revestido a azulejos e decorado com peças de cerâmica da histórica casa Viúva Lamego. Falamos do “Bolo de Noiva”, encomendado à artista portuguesa Joana Vasconcelos pela Fundação Rothschild para a sua propriedade vitoriana, Waddesdon Manor, nos arredores de Londres.

Para melhor ‘saborear’ esta escultura gigante – que até apetece trincar, diga-se de passagem –, a aproximação à mesma, no alto de uma colina desta vasta propriedade, deve ser feita a partir do edifício do Dairy, que o Barão Ferdinand de Rothschild mandou construir no séc. XIX para receber os convidados das suas festas. Não é um pormenor de somenos importância, pois à medida que avançamos colina acima, o Bolo começa a revelar-se. Primeiro a silhueta do último andar, encimado por uma ‘coroa’ amarela, depois o rosa, a seguir o azul e por último, o piso térreo, num verde pastel.

Respire fundo, pare um pouco e contemple, para depois deixar o olhar vaguear pela cobertura e descobrir as sereias, os golfinhos, os querubins, os fontanários, as velas… um mundo feérico de detalhes, o ferro forjado trabalhado, as esferas, as texturas, o glacé que não existe mas quase parece real – cortesia do vidrado com a assinatura da Viúva Lamego –, tudo feito manualmente.

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