Ana Borges, ala de 33 anos, renovou esta terça-feira contrato com o Sporting, por mais uma época, até 2025. A capitã da leoas prolonga , assim, para a oitava temporada a sua ligação ao clube de Alvalade que representa desde o arranque do projeto de futebol feminino, em 2016/2017.
"Estou muito feliz, é fácil aceitar renovar quando estamos no nosso clube. Para mim o mais fácil é ficar e conquistar muitos títulos pelo meu clube. Acima de tudo, quero dar alegrias aos nossos adeptos", referiu a jogadora aos meios de comunicação leoninos, prosseguindo: "É como se me estivessem a ligar pela primeira vez a dizer que vai passar a haver uma equipa de futebol feminino no Sporting. É sempre uma alegria e um orgulho enorme, hoje tenho cada vez mais a certeza de que nunca dei um passo atrás ao vir para o Sporting. Estou no clube onde sempre quis jogar e no qual me vou retirar de certeza."
Ao cabo de 175 jogos e 30 golos, Ana Borges, que iniciou a carreira de futebolista na Fundação D. Laura dos Santos, e envergou as camisolas de clubes como Zaragoza e Atlético de Madrid (Espanha), Blue Heat (Estados Unidos) e Chelsea (Inglaterra), conta com duas Ligas, três Taças de Portugal e duas Supertaças conquistadas de leão ao peito. O facto de ser referência para muitas das jogadoras mais novas do plantel não é encarado como uma responsabilidade acrescida.
"Não acho que seja um peso. Fazer o que mais gostamos e no clube que mais queremos, isso sim é uma responsabilidade. Vão passar muitas jogadoras pelo Sporting que vão fazer a sua história e deixar a sua marca, mas o clube é que fica", vincou, frisando a aposta que o Sporting tem feito nos escalões de formação. "Temos uma formação excelente, com jogadoras de muita qualidade nas selecções jovens que certamente vão chegar à equipa A. O futebol feminino tem tendência para evoluir cada vez mais", observou a portuguesa mais internacional de sempre (169 internacionalizações), olhando o futuro, sem esquecer o passado.
"[Nós que] Estamos mais perto do fim [da carreira], sabemos do legado que deixamos e tenho a certeza de que continuamos a abrir portas que outras antes nos abriram. Somos umas privilegiadas porque temos visibilidade devido ao crescimento que tem havido, mas temos de agradecer às primeiras jogadoras que apostaram no futebol feminino. Daqui a uns anos não vamos ouvir falar da Ana Borges, mas de outros nomes que estão a aparecer", apontou a jogadora que participaram nas primeiras competições internacionais por Portugal, nos Europeus de 2017 e 2022, assim como no Mundial de 2023, perspetivando: "O futuro de Portugal é risonho. Hoje em dia conseguimos jogar olhos nos olhos com qualquer selecção, como se viu no Mundial com Estados Unidos, a Holanda e o Vietname, portanto tenho a certeza de que Portugal está muito bem representado e podemos e devemos afirmar-nos ainda mais nas fases finais das grandes competições".
A capitã do Sporting fez questão de deixar ainda uma mensagem aos sócios e adeptos do Sporting: "Somos umas privilegiadas pelos adeptos que temos, há anos que não conseguimos dar-lhes uma alegria, mas eles nunca deixaram de apoiar. Tenho de agradecer-lhes e quero pedir que nunca deixem de apoiar, acreditem em nós, vamos retribuir o carinho que têm por nós. Tenho a certeza de que ainda lhes vamos dar muitas alegrias."
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