ANÁLISE TÁTICA | Rejuvenescimento aliado à velocidade

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É tempo de reencontro. A última vez que Benfica e Rangers se defrontaram remonta a 2020, nesta mesma competição, mas na fase de grupos. Quase quatro anos volvidos, muitas mudanças aconteceram no emblema escocês.

Chá de juventude

Desde esse último duelo entre protestantes e águias, há muito para apontar de novo aos escoceses, no que concerne ao que este duelo irá demonstrar.

Quatro anos depois, poucas são semelhanças. O treinador é diferente, o sistema em campo já nada tem a ver e os próprios jogadores são, em grande parte, outros. 

Fábio Silva faz parte da equipa desde o último mercado de transferências de inverno @Getty /

Para lá dos veteranos conhecidos como Ryan Jack, o talentoso James Tavernier, o tão seguro Connor Goldson ou confiável Borna Barisic, os restantes titulares em nada deverão ser parecidos aos já conhecidos. Afinal, são vários os talentos que Phillippe Clément tem ao seu dispor: Óscar Cortés (atualmente lesionado), Mohammed Diomandé, Ross McCausland, Dujon Sterling, Ridvan Yilmaz e... Fábio Silva.

Outros dos jogadores do Rangers a ter em conta, mesmo acima dos 25 anos, são o médio defensivo John Lundstram e o avançado nigeriano Cyriel Dessers, que leva 16 golos esta temporada, tal como Kemar Roofe, que está a regressar após lesão.

O antigo treinador do Monaco parecer privilegiar esta aposta na juventude, conciliando com a presença de figuras fulcrais como Tavernier ou o próprio Lundstram, para manter uma base coesa em campo.

Um sistema de encaixe

Do último 4x3x3 que o Rangers apresentou frente ao Benfica, ainda com Steven Gerrard passou-se ao 4x2x3x1 - um sistema plenamente semelhante ao utilizado pelos próprios encarnados.

Sem grandes diferenças a apontar no setor defensivo, com James Tavernier e Borna Barisic a serem os grande donos das laterais dos protestantes, a zona central é (normalmente) entregue a John Souttar e Connor Goldson. Uma muralha que, por vezes, peca a nível de posicionamento, dado o futebol ofensivo praticado. 

Nas transições defensivas, com a influência das alas no ataque, o Rangers demonstra algumas debilidades a fechar espaço. John Lundstram e Nicolas Raskin, atualmente donos do meio-campo dos escoceses, tentam fechar a zona interior ao adversário, mas (obviamente) não se conseguem desdobrar para conseguir tapar buracos.

Dujon Sterling tem sido uma grande revelação, tal como Mohammed Diomandé. Os jovens associam-se a Ross McCausland, produto da cantera light blue, e formam um trio ofensivo de serviço a Cyriel Dessers de grande gabarito - já para não falar das opções no banco de suplentes.

As características destes jogadores - a velocidade, a destreza e os rasgos de criatividade - acabam por não se sucumbir com o restante talento. Leon Balogun, Ryan Jack, Scott Wright, Tom Lawrence e o próprio Fábio Silva.

Este é um sistema no qual o próprio esquema do Benfica se poderá encaixar. As características de velocidade no flanco podem voltar a ser uma fragilidade para as águias, mas, com a capacidade e irreverência ofensiva que a turma de Roger Schmidt possui na frente - isto dito aquando da utilização de ponta de lança -, há margem de manobra para o emblema da Luz.

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