ANDEBOL - FC PORTO | Recomeço de ciclo azul e branco

3 semanas atrás 34

O Campeonato Placard Andebol 1 está de volta, agora para a versão 2024/2025. Depois de várias semanas de ausência, os adeptos portugueses vão poder observar de perto os jogadores e treinadores que tanto admiram. O zerozero, tal como é habitual, falou com todos os técnicos presentes nesta competição.

Novos tempos no Dragão Arena. Depois de uma temporada para esquecer, uma vez que não conquistaram nenhum título nas competições em que estiveram inseridos, o FC Porto decidiu dar início a um rumo distinto e trazer de volta Magnus Andersson, técnico sueco que foi sempre campeão enquanto esteve em Portugal: quatro campeonatos nacionais, quatro títulos.

qMercado de transferências de 2024/2025

Carlos Resende acabou por abandonar o clube para que o experiente nórdico pudesse estar de regresso a uma casa que bem conhece. Apesar de não conhecer todos os jogadores presentes no plantel, já tinha estado com a maior parte deles no passado, um cenário que facilitou a introdução de novos processos no reino de um Dragão esfomeado por conquistas.

Os azuis e brancos começaram a temporada com o pé esquerdo, pois perderam nas meias-finais da Supertaça Kempa contra o Benfica, emblema encarnado que conseguiu arranjar os argumentos necessários para ultrapassar o seu adversário. Segue-se, agora, a Supertaça Ibérica, sendo que o adversário será... o Barcelona, atual vencedor da EHF Champions League e de outras tantas competições.

Em entrevista ao zerozero, Magnus Andersson confessou estar muito feliz, elogiou o grupo de trabalho que tem à disposição, já olhou mais à frente no trajeto, explicou que a equipa está com «sede de vingança» e deixou elogios aos adversários que lutam pelos mesmos objetivos que o FC Porto.

«Não sou grande adepto do 7 para 6, mas sou adepto de ganhar jogos»

Pré-época: «Sinto-me contente por estar de volta. Passei um ano apenas a descansar e a relaxar, pois estava bastante cansado. Precisava desta energia para conseguir regressar ao mais alto nível após alguns meses. Tive saudades dos amigos que fiz por cá, do plantel e da equipa técnica, pese embora termos tido contacto constante a partir das redes sociais. A maior parte da pré-temporada esteve relacionada com a nossa preparação física. Tentei mudar apenas pequenos aspetos, não pretendo efetuar uma revolução. Na temporada passada fizeram muitas coisas boas. Atingiram um nível superior nos contra-ataques e partilho da opinião de que devemos continuar nessa toada. No entanto, acho que a defesa tem de estar sempre presente e o mais importante passou pelo trabalho com o guarda-redes. Foi um período complicado, pois fizemos muitos treinos consecutivos. Tivemos alguns atletas lesionados - um cenário verificado em todas as equipas - e isso dificultou a nossa tarefa. Não corremos nenhum risco. Se um atleta sentisse algum desconforto, acabavámos por tirá-lo de imediato. Ainda assim, o meu primeiro objetivo passou por devolver a felicidade ao grupo de trabalho. Estiveram bastante motivados.»

Aposta forte de André Villas-Boas @FC Porto

7 para 6: «Acho que todos os treinadores têm de ter essa carta na manga. Não sou grande adepto do 7 para 6, mas sou adepto de ganhar jogos. Já tivemos um dos melhores 7 para 6 no passado, no entanto, neste momento, não penso muito nisso. Numa fase inicial queremos aprimorar o 6 para 6 e corrigir pequenos detalhes para estarmos confiantes. O Fábio Magalhães, apesar de não ter disputado algumas partidas de pré-época, é muito importante para nós nesse sentido. Foi fundamental quando começamos a utilizar essa variante, pois tomava sempre a melhor decisão e influenciava a maneira como jogávamos. Também poderemos conceder esse papel a outro jogador, é uma hipótese. Mas penso que vamos ter tempo para praticar essa tática.»

Plantel: «Eu cheguei no final do mês de maio/início mês de junho e, normalmente, tens de trabalhar com um ano de antecedência. Só tivemos de procurar outras soluções para uma posição: a de guarda-redes. Foi difícil encontrar algo muito interessante. Todos os bons jogadores têm contrato. Ainda assim, estou confortável com o grupo que tenho à disposição. Contratámos o Thorsteinn Gunnarsson, que é um atirador e mede mais de dois metros. Conta com bastante potência de remate, trabalha bem, mas tem de estar familiarizado com a nossa forma de jogar. Isso pode demorar algum tempo e já tivemos exemplos desses no passado com atletas estrangeiros. Precisam de um período de adaptação, uma vez que o nosso andebol é diferente comparativamente aos países nórdicos, Islândia neste caso. Estamos satisfeitos com ele.

O Miguel Oliveira é igual. Ficamos contentes quando emprestamos um atleta e ele acaba por regressar ao nosso plantel. Vimos o que ele fez na seleção sub-20 com o Carlos Martingo. Acho que pode dar-nos uma ajuda preciosa na defesa, mas também vai ter minutos no ataque. Ou seja, esta juventude acaba por complementar-se com a experiência, um aspeto que eu considero importante. Caras novas a chegarem são um aspeto normal numa equipa e isso é positivo para o grupo, pois trazem sangue novo e energia renovada.»

Desafios: «Acho que a principal meta passará por jogar bem encontro após encontro. No último ano em que cá estive perdemos alguns jogos que, se calhar, não era assim tão normal perdemos. Quero dar a todos a oportunidade de trabalhar arduamente e divertimo-nos juntos. No final, claro, espero que o desfecho caía para o nosso lado, um cenário verificado durante a altura em que cá estive no passado.»

Campeonato: «Nós sabemos que o Sporting, nos últimos anos, cresceu muito. Atingiram bons resultados na EHF European League da temporada passada e venceram o campeonato. As diferenças são mínimas. O Benfica também tem uma grande equipa e podem jogar sem a pressão do seu lado. Se calhar ninguém falou neles, mas tenho o máximo de respeito por cada clube. No final da época, porém, as diferenças passam por uma má decisão ou um jogador lesionado. Já jogámos contra o Marítimo na pré-temporada, mas não conheço muito o Águas Santas desta temporada, pois mudaram alguns jogadores. Lembro-me de ver um jogo contra o FC Porto no ano passado. Conseguiram empatar e estiveram a um grande nível. Não podemos desvalorizar a qualidade dos outros emblemas. É necessário ter disciplina durante todos os jogos, pois não importa quem vamos defrontar dentro da quadra. Sabemos que podemos jogar bem, no entanto, também temos a noção que os nossos adversários possuem qualidade. Temos de ir com tudo.»

Primeiro teste oficial terminou com derrota @FPA

Objetivos: «Somos o FC Porto e o nosso objetivo é vencer títulos. As pessoas têm de perceber que temos um grupo mesmo muito bom. Se trabalharmos arduamente todos os dias, as nossas hipóteses são cada vez maiores. Pretendemos, numa primeira instância, passar à próxima ronda da EHF European League. Depois veremos o que poderemos fazer na Europa. Para além disso, queremos reconquistar o Campeonato Placard Andebol 1. Eu acho que a equipa está com um 'sentimento de vingança' devido ao que aconteceu no ano passado. Apesar de estarem habituados a conquistar títulos, claro que eles não são estúpidos. Sabemos que os troféus não aparecem como um presente e é necessário efetuar várias tarefas durante o ano. Espero que esse 'sentimento de vingança' esteja bem presente.»

Plantel FC Porto 2024/2025

Treinador: Magnus Andersson

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