André Santos pronto para a luta de título: «Vai ser um combate muito duro, mas acredito no meu trabalho»

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Tudo pronto para a batalha no UAM Fight Night K1 Pro, em Abu Dhabi. André Santos 'bateu' esta manhã o peso para a luta pelo cinturão WAKO Pro de peso meio-médio com espanhol Khyzer Nawaz e, a Record, mostrou-se entusiasmado e otimista para o grande momento, marcado para sábado.

"Vai ser um combate duro. Vão ser 5 rounds, que é o máximo da nossa modalidade. Significa que estamos ao mais alto nível. Tenho de preparar a minha cabeça ao máximo para estes momentos, para o pior. Tenho a certeza que vai ser muito duro. É um bom atleta, com um jogo diferente do meu. Vai ser um combate duro e técnico, mas acredito muito no training camp que fizemos e no trabalho dos últimos anos. Posso fazer a diferença a partir daí, acredito que sou melhor atleta. Sou mais jovem, ele pode ser mais experiente, mas estou na flor da idade. A partir daqui vai ser sempre a subir. Tenho muitas coisas a meu favor", disse o lutador, poucas horas depois de ter passado com sucesso a pesagem (com 66,4 quilos, 400 gramas abaixo do limite).

Para chegar aqui, para chegar a este dia, o atleta do Sporting esteve quatro semanas em estágio na Tailândia, onde aos primeiros dias teve um percalço (uma infeção num pé) que o impediu de treinar na plenitude das suas capacidades. Ainda assim, André Santos não atribui grande importância a esse facto. "Acontecem sempre coisas. Acho que a diferença dos atletas é até que ponto essas coisas te afetam. O que faz de ti, para melhor ou pior no combate. Acredito que sou muito forte psicologicamente, também com a ajuda da minha psicóloga. Trabalhamos diariamente nisso. São pontos que me fortalecem. A infeção que tive na Tailândia foi chata, porque tive de adaptar os treinos durante uma semana e meia. O segredo é adaptar ao que é possível. Parar está fora de questão! Temos a sorte de ter um desporto muito completo, que nos permitem fazer outras coisas quando não podemos fazer outras. São coisas que vão acontecendo, a chave está como olhamos para elas e como reagimos".

Quanto ao seu adversário, o lutador português fala num "bom atleta", mas opta por olhar ao seu lado. "Acreditamos muito no nosso trabalho. Agora resta tentar pôr tudo ao máximo no ringue".

Relativamente ao título que estará em jogo, André Santos assume a importância, mas deixa claro que é apenas mais um passo. "Fico feliz se conquistar mais um título, mas acredito que a minha carreira vai muito além disto, muito para lá deste dia. Posso conquistar muito mais do que estes três títulos. Significa muito para mim, mas não é algo que me deixe deslumbrado. Gostava de lutar até aos 34 anos".

Radicado na Holanda desde 2022, "onde estão os melhores do mundo", o lutador de 26 anos lamenta que no nosso país os desportos de combate não tenham a visibilidade que mereciam. "Em Portugal atingimos um teto que é difícil passar. Por muito que lutemos fora, é difícil entrar nos grandes meios mundiais a treinar num país que não nos dá visibilidade. E também mesmo em termos de parceiros de treino e pela mentalidade. Em termos de condições até tenho mais em Portugal, porque tenho o apoio do Sporting e tenho tudo o que precisar a nível de saúde. Mas até o sair da minha zona de conforto, tudo isso fez tornar-me num melhor atleta. Sempre fui um atleta que teve muito apoio em Portugal, da minha equipa, amigos, fãs... Sair foi algo que me fez muito bem, mas principalmente por causa da mentalidade que encontro. Estou com atletas que estão diariamente nos maiores palcos e fazer parte da mesma família muda totalmente a mentalidade. É meio caminho andado para chegar ao topo".

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