Anel ajuda a identificar jovem encontrada debaixo de betão 21 anos depois

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A identidade de uma adolescente nova-iorquina assassinada no final da década de 1960 foi descoberta depois de o caso ter ficado arquivado durante mais de uma década.

Patricia Kathleen McGlone, anteriormente conhecida como "Midtown Jane Doe", tinha 16 anos e vivia no bairro de Sunset Park, em Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos, quando foi assassinada em 1969, revelou o agente Ryan Glas, do Departamento de Polícia de Nova Iorque, que assumiu o caso em novembro de 2022, à CNN Internacional.

Os restos mortais de McGlone foram encontrados por trabalhadores da construção civil a 10 de fevereiro de 2003, na cave de um edifício que estavam a preparar para demolir no bairro de Hell's Kitchen, em Manhattan, embora nessa altura não se soubesse a quem pertenciam.

"Ao partirem o chão de betão, descobriram restos de esqueleto embrulhados em carpetes. À medida que iam partindo ainda mais, um crânio rolou para fora", deu conta Glas.

Anel encontrado no dedo de Patricia McGlone

A jovem foi encontrada amarrada com um cabo elétrico em posição fetal e usava um anel com as iniciais "PMcG" gravadas, que acabariam por corresponder ao seu nome, ajudando à sua identificação. A polícia também encontrou com ela uma moeda de dez cêntimos de 1969, um relógio Bulova da década de 1960 e um soldadinho de chumbo de plástico verde.

"O anel e a moeda de dez centavos eram muito específicos para a investigação inicial. Aquela moeda de 1969 definiu um momento e uma hora em que isto poderia ter começado ou quando ela poderia ter sido colocada ali", revelou Glas.

O Gabinete do Médico Legista de Nova Iorque também determinou, em 2003, que a rapariga tinha 1,80 m de altura e que morreu entre os 17 e os 19 anos, vítima de estrangulamento. Depois de o primeiro detetive encarregado do caso não ter conseguido encontrar nenhuma pessoa desaparecida que correspondesse à descrição da rapariga, o caso arrefeceu nesse mesmo ano.

Caso reaberto e novos detalhes

O caso permaneceu arquivado até 2017, altura em que os detetives do Departamento de Polícia de Nova Iorque o reabriram para análise, mas desta vez tinham tecnologia forense avançada do seu lado. Os detetives tentaram identificar os restos mortais da rapariga, mas os ossos estavam "muito degradados", segundo o agente.

Demorou até março de 2023, mas os detetives conseguiram finalmente criar um perfil de ADN para a rapariga que era suficientemente sólido para ser carregado em bases de dados públicas para que fosse usada a genealogia genética de investigação.

O perfil da rapariga coincidiu com o de um membro da família que remonta aos seus antepassados e o apelido do indivíduo era 'McGlone'. Após isso e associando as iniciais do anel, os agentes concluíram que o seu nome era Patricia Kathleen McGlone e que tinha nascido a 20 de abril de 1953, filha única de Bernard McGlone e Patricia Gilligan.

Detalhes sobre a vida da jovem começaram a surgir

Os investigadores também tiveram acesso aos registos escolares e conseguiram mais detalhes sobre a vida de Patricia, que mostravam que frequentou a escola secundária no final de 1968 e início de 1969, mas faltou à maioria das aulas.

"Com a informação sobre a sua idade e o facto de ser católica e ter casado tão jovem, o que não era invulgar na altura, suspeitámos que o soldadinho de chumbo tivesse algo a ver com o facto de ela estar possivelmente grávida naquela altura", destacou Glas.

Na altura da sua morte, a jovem foi considerada uma fugitiva e poderá ter dado o filho para adoção.

A polícia chegou a identificar também o marido da jovem, que estava ligado ao edifício onde ela foi encontrada, mas recusou-se a fornecer mais informações, alegando que a investigação está ainda em curso. 

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