Muita água correu desde o encontro da primeira mão. O Atlético agravou o mau momento interno, enquanto o Inter reforçou a ideia de que o título italiano é uma questão de tempo. Contudo, na eliminatória, o solitário golo deixa tudo em aberto e, a jogar em casa, os espanhóis ainda têm uma palavra a dizer. Comecemos por quem está na frente da eliminatória. O Inter está a realizar uma temporada assinalável. Em primeiro — com 16 pontos de vantagem para o segundo — na Serie A, foi eliminado nos oitavos de final da Taça e já tem a Supertaça italiana no museu. Os nerazzurri podem-se dar ao luxo de virar, quase por completo, as atenções para a competição europeia. Sobre a boa temporada, Simone Inzaghi bem pode agradecer à dupla — uma das que está em melhor forma no futebol mundial — de ataque, composta por Marcus Thuram e Lautaro Martínez. Entre ambos, contabilizam-se 38 golos pelo Inter... e a época não acabou. Além da boa temporada 23/24, importa recordar que este Inter foi finalista (dificilmente) vencido na última campanha da prova milionária. Apesar do importante feito, o timoneiro do Inter fez questão de reforçar que a equipa não «nasceu» aí: «Olho para o percurso destes três anos e olho para o que a equipa conseguiu fazer nas taças, onde passámos uma fase muito boa depois de tantos anos. É um percurso de três anos, em que a equipa conseguiu sempre passar a eliminatória.» Do lado caseiro, em desvantagem na eliminatória, o cenário em Madrid não é tão animador. Foram eliminados nas meias-finais da Supertaça, da Taça espanhola e, desde a primeira mão contra o Inter, o Atlético entrou em campo por quatro ocasiões e só venceu por uma — perdeu em duas. Não obstante, o período anterior ao primeiro duelo já não era animador e, se alargarmos a amostra, só contamos duas vitórias em nove encontros. Ainda assim, nada está perdido. No campeonato, os lugares de Liga de Campeões são uma realidade bem presente; apesar do Atlético ter perdido o comboio do pódio e de ter permitido a aproximação do quinto classificado, continua no quarto lugar. Por fim, claro, ainda há a Liga dos Campeões para discutir (Griezmann já está disponível, após lesão). Consciente do mau momento, Simeone não deixou de mostrar confiança na antevisão do encontro: «Nos últimos jogos, a equipa não manteve o nível a que vinha a jogar e esperamos continuar a crescer com as lições que aprendemos. Conheço a equipa que tenho contra um grande rival e vamos fazer um bom jogo.» Os dados estão lançados, os pontos positivos e negativos já foram vistos e em aberto continua o destino desta eliminatória. Que seja um encontro que faça jus à melhor prova de clubes do mundo.
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