ANTEVISÃO | O impensável ao virar da esquina dos pequenos atrevidos

A época, mediana dentro de portas, pode ganhar contornos fantasistas e tornar-se inesquecível com base no desfecho desta eliminatória. É este o cenário para Atlético de Madrid e Borussia Dortmund, que entram em campo na próxima quarta-feira, nos quartos de final da Liga dos Campeões.

Até para o adepto mais otimista, esta — os quartos de final da prova milionária — era uma fase muito complicada de atingir, ainda que por motivos diferentes. Se, para o adepto alemão, era quase utópico sonhar com o primeiro lugar do grupo (com Paris SG, Milan e Newcastle), para o adepto espanhol foi uma quimera ultrapassar o Inter, finalista da última edição, nos oitavos de final. 

Em Madrid, o cenário não é propriamente feliz. Nos últimos 12 jogos, os homens de Simeone venceram em quatro ocasiões e só por uma terminaram a partida sem sofrer golos. Neste pobre registo, ficou para trás a Copa del Rey e (quase) o sonho do pódio no campeonato (a sete pontos do Girona, atual terceiro).

Ausentes da ficha de jogo vão estar Memphis Depay — herói da última eliminatória —, Thomas Lemar e Vitolo. Mario Hermoso está em dúvida. Do lado visitante, Terzic está menos condicionado, mas também tem baixas: Bensebaini e Malen não viajaram para Espanha.

Nesse sentido, este é um encontro pouco prometedor para os marcadores de serviço de ambos os conjuntos. Morata, melhor marcador da temporada colchonera, já não marca há sete jogos — um golo em 15 jogos. Malen, goleador da equipa de Terzic, está ausente e o segundo maior marcador, Füllkrug, também está a atravessar um período menos prolífero, com um golo nos últimos nove embates.

A fase do Dortmund, ainda que não seja propriamente convincente, é mais tranquila que a do Atlético. Com cinco vitórias nos últimos seis jogos, os amarelos só perderam no último fim de semana, quando receberam o Stuttgart (0-1). Dessa forma, o Dortmund dificilmente fica abaixo do quinto lugar, mas o ataque ao pódio está cada vez mais complicado.

Duas equipas inconstantes, capazes do melhor e do pior, que bailam na ténue linha que separa o encantar do desiludir. Dois clubes grandes do futebol europeu, que apesar de não pertencerem à nata do mesmo, têm uma oportunidade de ouro para marcar presença numas meias-finais da Liga dos Campeões.