ANTEVISÃO | Provem que querem a Rainha

6 meses atrás 54

«Se...», «pode ser que ainda...», «mais tarde, talvez...»: hora de colocar um ponto final nas incertezas. Manter vivo o sonho da dobradinha ou começar a temer um trágico final de época sem troféus? Benfica e Sporting têm, com vista para o Jamor, 90 (quiçá, 120) minutos para definir o respetivo destino.

Não é possível lançar a segunda mão destas meias-finais sem, claro, relembrar a primeira. A jogar em casa, o leão dominou a águia, sobretudo no primeiro tempo.  Nesse período, o comandante Rúben Amorim e os tripulantes verde e brancos limitaram o espaço aéreo da águia: remeteram-na para a grande área e, graças ao jogo aéreo de Pote, colocaram-se na frente. 

Duelo de emoções fortes na primeira mão @Kapta+

O segundo golo leonino surgiu depois, num segundo tempo que ficou marcado pela reanimação dos encarnados. Com o virtuosismo de Di María — daquele pé esquerdo que pode mudar tudo a qualquer instante — e com a versatilidade do sempre disponível para tudo Aursnes, o Benfica reduziu, provou que tem várias vidas e, mais importante, levou um cenário mais favorável — ou menos mau — para o seu reduto.

Águias embaladas pela Luz

Nesse sentido, comecemos por analisar a formação da Luz, anfitrião do segundo duelo. As águias vêm de três vitórias consecutivas pela margem mínima. Sem convencer, o registo é ainda mais preocupante se alargarmos a amostra: duas derrotas — logo contra Sporting e FC Porto — e um empate em sete jogos. São tempos periclitantes, mas uma vitória contra o eterno rival ajudaria, certamente, a amenizar.

Contudo, é certo que há registos e registos. Se o passado recente não é animador, a conjuntura é mais prometedora ao olhar para a generalidade da situação. Além de ser o maior vencedor da Taça de Portugal, com 26 troféus festejados, o Benfica vai defrontar o Sporting. Ou seja, mede forças com a equipa que mais vezes bateu na Luz - 85, a par do Belenenses - e que apenas por três vezes perdeu na Taça de Portugal - a última foi em 2000, nos oitavos de final da prova, por 1-3.

Consciente da desvantagem e sem rodeios, Roger Schmidt analisou o jogo na antevisão: «A primeira grande diferença é que jogamos em casa. A segunda é que é um jogo decisivo. Estamos com um golo de desvantagem e temos 90 minutos para jogar um bom futebol.»

Lesões que não derrubam leões

Do outro lado da Segunda Circular, sobre o duelo, Rúben Amorim afirmou que a vontade, apesar da vantagem conquistada na primeira mão, é vencer: «Temos de lidar com todo o contexto de uma eliminatória, mas temos de ter uma preparação virada para a vitória. Acima de tudo, queremos estar na final, pois é um objetivo antigo.»

Pedro Gonçalves marcou no primeiro jogo da eliminatória @Kapta+

Após a eliminação europeia, diante da Atalanta, o leão virou todas as atenções para as provas internas: o campeonato e a Taça. Com lesões de peso pelo caminho — Adán, Pote, Inácio, Coates — e face ao plantel reduzido, Amorim foi obrigado a utilizar elementos menos rotinados e, aí, nasceu uma nova dor de cabeça para o treinador: Daniel Bragança aproveitou a oportunidade, mostrou-se a bom nível e, como admitido pelo técnico, vai lutar por um lugar no onze com Hjulmand e Morita.

Na Luz, Adán e Pote ainda não vão a jogo. Se o internacional português deve regressar a tempo do embate de sábado — para o campeonato —, o espanhol ainda não tem o retorno definido. Para a baliza, Israel — desde que assumiu a baliza leonina na primeira mão, só teve uma noite onde abandonou o terreno de jogo com a baliza a zeros — deverá ser o escolhido. Na frente, Paulinho, que até marcou no último jogo, deverá ocupar a vaga deixada por Pote.

Clubes vencedores com adeptos exigentes. Jogadores habituados a ganhar. Treinadores que já festejaram campeonatos, mas que ainda têm um troféu, dos mais importantes do futebol português, por levantar. Roger Schmidt ou Rúben Amorim: quem vai estar no Jamor, pronto a celebrar nova conquista?

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