O jornal espanhol “El País” considera que a “divulgação de escutas e manobras políticas” passaram a ser o maior obstáculo de António Costa no objetivo de substituir Charles Michel na presidência do Conselho Europeu.
Se António Costa não for nomeado presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro pode culpar os últimos acontecimentos que têm dominado a atualidade política a nível nacional: a divulgação de escutas em torno do ex-líder do Governo e as manobras políticas. De tal forma que o jornal espanhol “El País” considera que o maior inimigo de António Costa “está dentro de casa”.
O jornal espanhol de referência recorda que a última semana não foi favorável para António Costa já após o jantar informal em Bruxelas, que servia para negociar os próximos cargos comunitários, a CNN Portugal “difundiu a transcrição de uma conversa telefónica que pode ter sacudido a candidatura do ex-primeiro-ministro ao Conselho Europeu”
Nessa escuta, António Costa “indicava de forma indireta que o seu ministro das Infraestruturas a conveniência de despedir a ex-CEO da TAP após a indemnização de meio milhão de euros para forçar a saída da antiga administradora da empresa, Alexandra Reis”.
O Ministério Público abriu uma investigação às fugas de informação que têm acontecido no âmbito da Operação Influencer. Segundo avança o “Público”, a decisão da Procuradoria-Geral da República acontece após a “CNN Portugal” ter divulgado vários resumos de escutas telefónicas que envolvem António Costa e João Galamba, ex-primeiro-ministro e ex-ministro das Infraestruturas, respetivamente.
O Conselho Europeu começa, segunda-feira, um debate sobre cargos de topo da União Europeia (UE), que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia no final do mês.
Os nomes que mais se falam em Bruxelas são os de António Costa para o Conselho Europeu, de Ursula von der Leyen para um novo mandato à frente da Comissão Europeia, da primeira-ministra da Estónia para Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e de Roberta Metsola para reeleição na liderança do Parlamento Europeu.
Apesar da sua demissão na sequência de investigações judiciais, o ex-primeiro-ministro português, António Costa, continua a ser apontado para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado da UE, numa nomeação que é feita pelos líderes europeus, que decidem por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).
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